Morreu o ator Rogério Samora

por RTP
Rogério Samora no programa "5 para a Meia-noite" da RTP, em 2019 RTP

O ator, com uma longa carreira na televisão, no teatro e no cinema, tinha 63 anos. Sofreu uma paragem cardiorrespiratória a 20 de julho, tendo ficado em coma desde esse dia. Rogério Samora morreu, esta quarta-feira de manhã, no hospital Amadora-Sintra.

O Rogério Samora estava em coma desde 20 de julho, quando sofreu uma paragem cardiorrespiratória durante as gravações da novela "Amor Amor" e foi transportado para o Hospital Amadora-Sintra, onde esteve internado na unidade de cuidados intensivos durante mais de dois meses.

Apesar de a actividade cerebral se manter, Samora não voltou a acordar após o incidente.

A 28 de setembro, foi transferido para a unidade de cuidados continuados integrados da Associação de Socorros da Freguesia da Encarnação (ASFE Saúde), no município de Mafra. Mas voltou para o Amadora-Sintra na segunda-feira, devido ao agravamento do seu estado de saúde, ficando em observação.

Na terça-feira, fontes hospitalares comentaram à comunicação social que o ator estava de novo "internado em Enfermaria" e com "prognóstico reservado".
Um dos atores incontornáveis da sua geração
Rogério Samora contava mais de 40 anos de carreira, com um percurso marcado pela participação em dezenas de telenovelas e outras produções televisivas, como "Nazaré" e "Mar Salgado", da SIC, "Flor do Mar" ou "Fascínios", da TVI, depois de se ter estreado em televisão, na RTP, em 1982, em "Vila Faia".
A sua estreia em televisão, feita na RTP, remonta a 1982, à telenovela "Vila Faia", na qual contracenou com Rui de Carvalho, Glória de Matos, Mariana Rey Monteiro e Nicolau Breyner, seguindo-se, ainda na televisão pública, "A Banqueira do Povo" (1993), ao lado de Alexandra Lencastre, Eunice Muñoz, Raul Solnado, Diogo Infante e João Perry.

O percurso de Rogério Samora teve, porém, início no teatro, na antiga Casa da Comédia, e apresenta alguns dos seus mais importantes papéis no cinema, em filmes de Fernando Lopes, de António Pedro Vasconcelos e de Manoel de Oliveira.

Sob a direção de La Féria, Samora participou ainda em "A Marquesa de Sade", de Yukio Mishima, "A Ilha do Oriente", de Mário Cláudio, e em "Eva Perón", de Copi.
Rogério Samora participou ainda n'O Filme do Bruno Aleixo e foi galardoado com vários prémios nacionais, nos quais se inclui os Globos de Ouro da SIC.

Nascido em Lisboa, em 28 de outubro de 1958, fez o curso de Teatro do Conservatório Nacional, e estreou-se no final da década de 1970, na peça "A Paixão Segundo Pier Paolo Pasolini", de René Kalisky, levada a cena na Casa da Comédia, sob a direção de Filipe La Féria. O desempenho valeu-lhe o seu primeiro prémio, em 1981, o de Ator Revelação, da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.
Presidente da República evoca Rogério Samora
Numa nota no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa lamenta "a morte precoce de Rogério Samora, um dos mais carismáticos atores da sua geração", referindo-o como "uma grande perda para os seus familiares e amigos, mas também para o público português de teatro, cinema e televisão, que nele encontrou, há décadas, um intérprete de eleição".

"Foi uma das mais constantes presenças em séries e telenovelas, somando ao reconhecimento a popularidade", acrescentou o chefe de Estado, recordando o seu percurso também no teatro e no cinema português.

"Era uma presença forte, afirmativa, um ator que deixou marca, em particular no registo por natureza mais perene, que é o do cinema, o que permitirá às gerações futuras entender a admiração e a estima que por ele tiveram os espectadores do nosso tempo".

O preseidente da República deixou ainda as suas "sentidas condolências" à família e amigos de Rogério Samora.

(em atualização)
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