O actor Morais e Castro faleceu esta tarde, no Instituto Português de Oncologia, em Lisboa, vítima de cancro. O actor tinha 69 anos de idade e 53 de uma carreira cheia de sucessos. O corpo do artista estará a partir das 20 horas de hoje no Palácio Galveias e o funeral realiza-se este domingo.
José Armando Tavares de Morais e Castro nasceu em Lisboa a 30 de Setembro de 1939.
Actor e encenador, Morais e Castro era também licenciado em Direito pela Universidade de Direito de Lisboa, tendo igualmente exercido a profissão de advogado, tendo ainda sido dirigente do Partido Comunista Português.
Morais e Castro, que era casado com a actriz Linda Silva, estreou-se no palco com o Grupo Cénico do Centro 25 da Mocidade Portuguesa quando ainda era estudante do liceu.
A sua estreia a nível profissional ocorreu no Teatro do Gerifalto, dirigido por António Manuel Couto Viana, com a peça "A Ilha do Tesouro".
Em 1958 estreou-se na televisão interpretando "O Rei Veado", de Carlo Gozzi, realizado por Artur Ramos.
No Teatro do Gerifalto integrou várias peças como "O Fidalgo Aprendiz", de Francisco Manuel de Melo, ou "Os Velhos não Devem Namorar", de Afonso Castellau.
Em 1960, interpretou juntamente com Laura Alves a peça "Margarida da Rua" e um ano depois estreou-se na encenação, dirigindo "O Borrão", de Augusto Sobral, no grupo Cénico de Direito, que no mesmo ano foi premiado no Festival de Teatro de Lyon.
Em 1962 integra o elenco do filme "Pássaros de Asas Cortadas", de Artur Ramos, tendo integrado entre 1961 e 1965 o Teatro Moderno de Lisboa.
Nessa companhia integrou o elenco de várias peças entre as quais "O Tinteiro", de Carlos Muiz, e "Humilhados e Ofendidos", de Dostoievski, onde obteve grande sucesso.
Durante a existência do Teatro Moderno de Lisboa, uma companhia fundada sem subsídios e perseguida pela PIDE, contracenou com actores como Carmen Dolores, Armando Cortez, Fernando Gusmão, Armando Caldas, Glicínia Quartin, Paulo Renato, entre outros.
Em 1968, com Irene Cruz, João Lourenço e Rui Mendes, fundou o Grupo 4, no Teatro Aberto, onde representou vários autores como Peter Weiss, Brecht, Peter Handke e Boris Vian.
Com o Grupo 4 encenou no Teatro Aberto "É preciso Continuar", de Luiz Francisco Rebello.
Em 1985 integra o elenco da comédia "Pouco Barulho", com Nicolau Breyner, passando depois pela Companhia Teatral do Chiado. Aí, ao lado de Mário Viegas, integrou o elenco de "f espera de Godot", de Samuel Beckett.
Em 2004, dirigido por Joaquim Benite, interpretou "O Fazedor de Teatro", de Thomas Bernard, com a Companhia de Teatro de Almada, que lhe valeu a Menção Honrosa Crítica nesse ano.
Participou ainda nas décadas de 1980 e 1990 em novelas e séries portuguesas de televisão.
Entre 1996 e 1998 popularizou-se ainda na interpretação do professor em "As Lições do Tonecas"O actor Morais e Castro, que em 2006 comemorou 50 anos de carreira, morreu esta tarde em Lisboa vítima de cancro.
O actor já se encontrava doente e internado no Instituto Português de Oncologia e a sua morte era já esperada por muitos dos seus amigos que, mesmo assim, não deixaram de sentir um enorme choque quando o seu desaparecimento foi anunciado ao início desta tarde.
Morais e Castro morre ao 69 anos, faria 70 no próximo dia 30 de Setembro, e era casado com a também actriz Linda Silva.
Homem do teatro foi, no entanto, a televisão que lhe deu maior relevo e protagonismo ao participar em diversas peças de teatro e ainda em muitas das séries dos canais de televisão.
O seu protagonismo na televisão aconteceu principalmente entre os mais novos quando surgiu na série da RTP "As Lições do Tonecas" em que protagonizava o papel de professor da escola primária do aluno Tonecas, papel feito pelo actor e seu grande amigo Luís Aleluia.
Morais e Castro desenvolveu grande trabalho ainda na política ao destacar-se como um dos principais militantes do Partido Comunista Português (PCP) do qual chegou a ser dirigente.
A propósito da sua morte o PCP prestou homenagem a Morais e Castro referindo em comunicado que o actor e advogado foi um "homem que lutou toda a vida e, por isso, como afirmou Bertolt Brecht, foi, é e será um dos 'imprescindíveis'".
"A sua determinação e firmeza em defesa da classe operária e dos trabalhadores radicava no seu optimismo jovial e na confiança nos ideais que defendia", acrescenta o comunicado.
O corpo do actor estará a partir das 20 horas deste sábado no Palácio Galveias, no Campo Pequeno, em Lisboa, realizando-se o funeral domingo do Palácio Galveias, às 15.30 horas para o cemitério do Alto de S. João.