Morreu Heloísa Teixeira, escritora feminista e membro da Academia Brasileira de Letras
A escritora brasileira Heloisa Teixeira morreu hoje, no Rio de Janeiro, aos 85 anos, anunciou a Academia Brasileira de Letras (ABL), instituição de que a autora de "Explosão feminista" era membro eleito.
Heloísa Teixeira morreu na sequência de uma insuficiência respiratória aguda causada por pneumonia, especificou a ABL em comunicado, sublinhando que a autora foi a décima mulher eleita para ocupar uma cadeira na instituição e "uma das principais vozes do feminismo no Brasil".
"Com sua sensibilidade para identificar e traduzir movimentos culturais e sociais, Heloisa foi uma figura central na valorização da poesia marginal e na construção de teorias e práticas feministas contemporâneas", acrescentou a ABL.
Escritora e professora emérita da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Heloisa Teixeira escreveu sobre a relação entre cultura e desenvolvimento, com ênfase em poesia, relações de género e étnico-raciais, culturas marginalizadas e cultura digital.
A extritora nasceu na cidade brasileira de Ribeirão Preto, em 1939. Graduou-se em Letras Clássicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), fez mestrado e doutorado em Literatura Brasileira pela UFRJ, além de pós-doutorado em Sociologia da Cultura pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque.
Nos últimos cinco anos, concentrou-se na produção cultural das periferias urbanas, nos movimentos feministas e no impacto das novas tecnologias e da Internet sobre a cultura.
Entre suas obras estão "Macunaíma, da literatura ao cinema", "26 poetas hoje", "Impressões de viagem", "Pós-modernismo e política", "O feminismo como crítica da cultura", "Guia Poético do Rio de Janeiro", "Asdrúbal trouxe o trombone", "ENTER -- Antologia digital", "Escolhas -- Uma autobiografia intelectual" e "Explosão feminista".
Em 2023, a escritora brasileira mudou seu nome para Heloisa Teixeira, deixando de ser Heloisa Buarque de Hollanda, assinatura da época em que foi casada com o advogado Luiz Buarque de Hollanda, e nome com o qual assina a obra "Rebeldes e Marginais: Cultura nos Anos de Chumbo (1960-1970)".
A sua trajetória também foi retratada em produções audiovisuais, como o documentário "O nascimento de H. Teixeira", dirigido pelo seu filho mais velho, o cineasta Lula Buarque de Hollanda.