Monumento a vítimas portuguesas da 2ª Guerra Mundial em Timor-Leste em recuperação

por Lusa

Militares da companhia de engenharia das forças de Defesa timorenses apoiados pelas forças armadas portuguesas estão a recuperar, na vila de Aileu, o monumento de homenagem a um grupo de militares mortos durante a 2.ª Guerra Mundial em Timor-Leste.

"Trata-se de reabilitar um espaço que estava muitíssimo degradado", explicou à Lusa o coronel Delfim Dores, adido da Defesa de Portugal em Timor-Leste.

Com uma área total de quase 3.000 metros quadrados, o monumento, no centro da vila de Aileu, inclui arcadas de entrada, um espaço central onde está uma placa "Aos Massacrados de Aileu - 1942" e dez campas onde estão 12 corpos de portugueses e timorenses.

"As campas estavam extremamente degradadas, a calçada portuguesa central quase não se via e o espaço monumental em si também estava danificado", referiu Delfim Dores.

A recuperação surge na sequência de uma ideia do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas portuguesas, o almirante António Silva Ribeiro, de procurar dignificar cemitérios onde estão enterrados militares portugueses em vários pontos do mundo.

Uma vontade traduzida depois numa resolução da Assembleia da República que recomenda recuperar cemitérios portugueses no mundo.

"No caso de Timor-Leste avançou-se com um projeto que permite concretizar esta ideia. O senhor almirante tem uma ligação forte a Timor-Leste e a ideia foi acolhida de imediato pelo comando das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL)", referiu.

O objetivo é que a recuperação seja `inaugurada` no próximo dia 19 de agosto, com a presença de António Silva Ribeiro que estará em Timor-Leste para o aniversário da Falintil, o braço armado da resistência timorense, comemorado no dia seguinte.

Portugal fornece os materiais e as Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) disponibilizam elementos de duas secções da companhia de engenharia e a parte logística, de transporte de pedra, areia e outro material.

O monumento foi construído em 1947 aproveitando o amuralhado e pórtico da antiga tranqueira residência do comandante e contém 10 campas onde estão sepultados 12 corpos - numa estão três soldados timorenses.

Os homens foram mortos na madrugada de 1 de outubro de 1942 pelas Colunas Negras durante a invasão japonesa de Timor-Leste que ocorreu depois de soldados australianos e holandeses terem invadido a ilha, violando a neutralidade de Timor-Leste.

Estão sepultados no local um capitão de Infantaria, quatro cabos Arvorados, três soldados timorenses e quatro civis.

"As mortes ocorreram em 1942 e os corpos, na altura, foram deixados numa vala comum. Em 1947 foi construído este memorial. Em 1973 foi alvo de uma intervenção por uma companhia de engenharia portuguesa e em 2002 foi feita uma grande reabilitação", explicou.

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