Mercado global da música com 10 anos consecutivos de crescimento e aumento de 4,8% em 2024
O mercado global de música gravada registou no ano passado o 10.º ano de crescimento consecutivo, aumentando 4,8% face a 2023, segundo o relatório anual da Federação Internacional da Indústria Discográfica.
As receitas de música gravada atingiram no ano passado os 29,6 mil milhões de dólares (perto de 27,08 mil milhões de euros), a maioria dos quais (20,4 mil milhões de dólares) provenientes do `streaming`, de acordo com dados disponíveis no relatório da Federação Internacional da Indústria Discográfica (IFPI, sigla em inglês), hoje divulgado.
"O crescimento conta a história de uma indústria que continua a evoluir e a adaptar-se em todo o mundo, com todas as regiões do mundo a registarem aumentos", lê-se no documento.
Neste cenário de crescimento global ao longo de uma década, 2024 foi também o terceiro ano consecutivo em que o mercado mundial teve aumento de receitas em todas as regiões: Médio Oriente e Norte de África são aquelas em que o aumento foi maior (22,8%), seguindo-se África Subsariana (22,6%) e a América Latina (22,5%), com o México e o Brasil, que teve um aumento de 21,7%, a surgirem no top 10 de mercados da música.
Em relação aos formatos em que a música é consumida, embora o `streaming` se destaque, tendo ultrapassado pela primeira vez a barreira dos 20 mil milhões de dólares, não foi um único formato a registar um aumento de receitas, tendo 2024 sido para o vinil o 18.º ano de crescimento consecutivo.
Os três artistas que mais venderam e lucraram, globalmente, em 2024, foram a norte-americana Taylor Swift, o canadiano Drake e os sul-coreanos Seventeen.
O top 10 dos artistas que no ano passado mais venderam e lucraram inclui ainda a norte-americana Billie Eilish, os sul-coreanos Stray Kids, o canadiano The Weeknd e os norte-americanos Zach Bryan, Eminem, Kendrick Lamar e Sabrina Carpenter.
O tema mais ouvido em `streaming` no ano passado foi "Beautiful Things", do norte-americano Benson Boone, que se estreia em Portugal ao vivo em julho, no festival Alive.
"Espresso", da norte-americana Sabrina Carpenter, e "Lose control", do norte-americano Teddy Swims completam o top 3.
O top de álbuns do ano passado, que tem em conta o consumo de música em todos os formatos, é encabeçado por "The tortured poets department", de Taylor Swift, seguindo-se "Hit me hard and soft", de Billie Eilish, e "Short n`sweet", de Sabrina Carpenter.
O relatório estabelece também as "prioridades da política musical", entre as quais consta a melhor forma de lidar com a Inteligência Artificial (IA), que pode ser "uma ferramenta poderosa" para a indústria da música, mas é também "uma ameaça".
"A música enfrenta a crescente ameaça de manipulação do `streaming`, onde está a ser roubado dinheiro que deveria ir para artistas legítimos, através reproduções artificiais de faixas enviadas para os serviços de música", alerta a IFPI, referindo que tal "prejudica artistas e fãs e põe em risco a confiança no `online`".
A IA também "permite que as imagens de artistas, capas e faixas sejam geradas muito rapidamente e em grandes volumes", deixando "que a manipulação de `streaming` seja realizada mais facilmente e em larga escala".
Além de uma união da indústria musical poder "causar um impacto para prevenir a fraude", também será necessário "apoio dos governos e das autoridades policiais para enfrentar esta questão e reconhecer o impacto mais amplo que a manipulação do `streaming` está a ter na confiança dos serviços digitais em geral".