A Câmara Municipal de Lisboa anunciou hoje que não será realizado o concurso das marchas populares que ocorre anualmente em junho, devido à pandemia de covid-19, e decidiu atribuir metade do subsídio habitual, 15.000 euros, a cada entidade organizadora.
"Tendo em conta o atual contexto pandémico e devido às restrições de saúde pública que ainda se mantêm, é com particular tristeza que a Câmara Municipal de Lisboa informa que não será possível realizar este ano o Concurso das Marchas Populares que habitualmente decorre no mês de junho", indica o município em comunicado.
Apesar de não haver concurso, e "ciente do impacto económico, social e emocional na comunidade", o município decidiu atribuir a cada entidade organizadora das marchas o valor correspondente a metade do subsídio habitual (15.000 euros) para minorar o prejuízo económico.
Já no ano passado a autarquia tinha cancelado as marchas populares de Lisboa -- que se realizam desde o século XVIII, mas têm uma vertente competitiva desde 1932 -, bem como os arraiais de Santo António, ambos integrados nas festas da cidade, devido à pandemia.
Na véspera do dia de Santo António, milhares de pessoas participam habitualmente nas festas, inclusive para assistir ao desfile das marchas, na Avenida da Liberdade.
O cancelamento das marcas em 2020 tinha determinado que o tema "Amália Rodrigues", celebrando o centenário do nascimento da fadista, transitasse para a edição de 2021, "permitindo que todo o trabalho realizado (arcos, cenografia, figurinos) possa ser rentabilizado no próximo ano".
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 3.230.058 mortos no mundo, resultantes de mais de 154,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.983 pessoas dos 838.102 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.