O Dia Mundial do Livro, que se assinala na próxima terça-feira, vai ser pretexto para uma manifestação em defesa da leitura, que convoca as pessoas a participarem numa marcha pelas ruas de Lisboa, com leituras, música e artes circenses.
Organizada pelo PNL2027, a marcha "Manifesta-te pela Leitura" é um apelo à participação num desfile em defesa do livro e da leitura, que se realiza no próximo dia 23 de abril, Dia Mundial do Livro, disse à Lusa Teresa Calçada, comissária do Plano Nacional de Leitura (PNL).
"A própria data vem associada ao nome de Shakespeare e de Cervantes, então nós decidimos fazê-la no Camões. A causa é a do PNL e é uma causa que consideramos que deve ser objeto de um alerta, de um alerta que se constitua como uma festa, que é a leitura e o livro", explicou.
Os organizadores decidiram então organizar esta manifestação com saída às 14:30 da Praça Luís de Camões - conhecida também como Largo Camões -, que é o ponto de concentração, e convocar "todas as pessoas de todas as idades, desde os miúdos, que vão com professores, escolas, bibliotecas escolares, depois adultos, alguns professores, algumas famílias, e depois os espontâneos, os interessados como em qualquer manifestação".
"Costumamos dizer que em democracia as pessoas manifestam-se. É a bondade da democracia. Nós, neste caso, propomos uma causa que temos por muito justa, que é a leitura e o livro ou o livro e a leitura", salientou a responsável.
Teresa Calçada assinalou ainda que esta é a primeira vez que se organiza em Lisboa uma iniciativa deste género, "com esta característica de uma festa da leitura e de comemorar o dia lembrando as pessoas que o podem fazer e convocando-as para se concentrar".
"Depois vamos pelas livrarias, o que significa que associamos ao dia os locais onde é suposto os livros venderem-se e que nós esperamos tenham longa vida, porque sabemos que a ausência de livrarias limita a liberdade, a curiosidade, a escolha e limita a própria natureza do livro" alertou.
Na Praça de Camões haverá uma saudação feita pelo ator e encenador António Fonseca, que recitará de cor alguns cantos de "Os Lusíadas".
Daí, a marcha segue para uma livraria de Banda Desenhada, na rua das Flores, junto ao Largo Barão de Quintela - dominado pela estátua de Eça de Queirós, feita pelo escultor Teixeira Lopes.
Na livraria, a ilustradora Mosi e o livreiro vão receber os participantes e homenagear o livro ilustrado, a banda desenhada e a novela gráfica, géneros literários em expansão - como o demonstra a recente nomeação para o Prémio Man Booker da novela "Sabrina", editada pela Porto Editora -- e para os quais importa chamar a atenção do público jovem, considerou Teresa Calçada.
No Chiado, perto do café A Brasileira, haverá uma performance do Chapitô, que evoca os livros, com música, mimos, acrobacias e malabarismos.
A marcha para depois em frente à livraria Bertrand, onde o escritor José Luís Peixoto fará também uma saudação aos livros, à leitura, às livrarias e aos participantes, na sua "qualidade de escritor transversal".
Os "manifestantes" descem então o Chiado, sempre com música e animação. Param na Livraria Ferin, onde poderão conversar com um editor e uma livreira, e a festa termina em frente aos Armazéns do Chiado, na livraria da Fnac.
Algumas personagens vão subir à varanda dos armazéns e o espetáculo termina com um texto dito por um jovem aluno, à sua escolha.
A acompanhar todo o percurso estarão dois músicos com influência de Jazz -- um saxofonista e um trompetista --, que irão fazer a banda sonora desta festa do livro e da leitura.