Está a ser leiloada, com o preço de partida de três milhões de dólares, uma carta de Albert Einstein escrita em Janeiro de 1954, no final da sua vida. A proximidade da morte não fez do famoso físico um crente: a carta não poupa nenhuma religião e dissipa dúvidas existentes até aqui sobre a atitude de Einstein perante as religiões.
A carta redigida em alemão e agora leiloada a partir daquele preço astronómico, é curta e grossa: contém apenas 435 palavras, pelo que cada uma delas custaria quase 7.000 dólares.
Mas não tem desperdício. Nela afirma o pai da teoria da relatividade, segundo citação publicada em Der Spiegel: "Para mim, a palavra Deus não é mais do que a expressão e o produto e fraquezas humanas, a Bíblia [não é mais do que] uma colectânea de lendas dignas mas muito primitivas".
Einstein também não poupa a religião dos seus pais, o judaísmo: "Para mim a religião judaica não falseada é, como todas as outras religiões, uma encarnação da superstição primitiva".
E acrescenta: "O povo judeu, ao qual tenho gosto em pertencer, e com cuja mentalidade me identifico profundamente, não tem para mim nenhuma originalidade essencial em relação a todos os outros. Até onde chega a minha experiência, [o povo judeu] também não é melhor do que outros grupos humanos, mesmo que esteja protegido contra as piores degenerescências através da ausência de poder. Por isso não consigo ver nele nada de [povo] 'eleito'".
O destinatário da carta, o filósofo Erich Gutkind, é aí mesmo visado por uma dura crítica de Einstein, que considera "doloroso" vê-lo alimentar pretensões, como ser humano e como judeu, a uma posição priviegiada.
Mas não tem desperdício. Nela afirma o pai da teoria da relatividade, segundo citação publicada em Der Spiegel: "Para mim, a palavra Deus não é mais do que a expressão e o produto e fraquezas humanas, a Bíblia [não é mais do que] uma colectânea de lendas dignas mas muito primitivas".
Einstein também não poupa a religião dos seus pais, o judaísmo: "Para mim a religião judaica não falseada é, como todas as outras religiões, uma encarnação da superstição primitiva".
E acrescenta: "O povo judeu, ao qual tenho gosto em pertencer, e com cuja mentalidade me identifico profundamente, não tem para mim nenhuma originalidade essencial em relação a todos os outros. Até onde chega a minha experiência, [o povo judeu] também não é melhor do que outros grupos humanos, mesmo que esteja protegido contra as piores degenerescências através da ausência de poder. Por isso não consigo ver nele nada de [povo] 'eleito'".
O destinatário da carta, o filósofo Erich Gutkind, é aí mesmo visado por uma dura crítica de Einstein, que considera "doloroso" vê-lo alimentar pretensões, como ser humano e como judeu, a uma posição priviegiada.