A cantora norte-americana tinha marcado um concerto para a próxima quinta-feira em Telavive, mas acaba de desmarcar a viagem a Israel após uma intensa campanha dos activistas pró-Palestina de todo o mundo. As mensagens e apelos a Lauryn Hill para cancelar a ida a Israel rodaram à volta de uma petição com milhares de assinaturas e de um apelo montado no tema “Killing me Softly”, neste caso uma adaptação dos pacifistas que chamaram a atenção para a campanha BDS (Boicote, Desinvestimento & Sanções).
As explicações da antiga vocalista e rapper dos "Fugees" (nome inspirado no termo "refugiado") acabam no entanto por contornar estas questões.
Na sua página FB, Lauryn Hill justifica a decisão com a incapacidade de montar simultaneamente dois concertos, um em Telavive e outro em Ramallah, na Cisjordânia: “A minha intenção era fazer dois espectáculos, um em Telavive e outro em Ramallah. Mas montar um concerto em território palestiniano e ao mesmo tempo em Israel provou ser praticamente impossível”.
Dear Friends and Fans in Israel,When deciding to play the region, my intention was to perform in both Tel Aviv and...
Posted by Ms. Lauryn Hill on Segunda-feira, 4 de Maio de 2015
“É muito importante para mim que a minha presença ou mensagem não seja mal interpretada ou uma fonte de alienação, quer para os meus fãs israelitas quer para os meus fãs palestinianos. Por essa razão, decidimos cancelar a apresentação em Israel e procurar uma estratégia diferente para levar a minha música a todos os meus fãs na região”, explicou.
Roger Waters, Elvis Costello, Gil Scott-Heron, Talib Kweli e Sinead O’Connor são alguns do músicos que se recusam a tocar em Israel.Os activistas envolvidos na BDS - campanha não-violenta que exige a Israel que respeite os Direitos Humanos e ponha termo à ocupação da Palestina – assinalaram o facto como uma vitória que junta Lauryn Hill à lista de artistas que se recusam a pisar solo israelita enquanto se assistir ao que consideram ser as diárias e repetidas violações dos direitos fundamentais do povo palestiniano.
“Os activistas palestinianos estão a comemorar o anúncio de Lauryn Hill, após ter cancelado o concerto de Telavive, que estava marcado para 7 de Maio”, pode ler-se no comunicado da de imprensa emitido segunda-feira pelo comité palestiniano para o boicote académico e cultural de Israel (Palestinian Campaign for the Academic & Cultural Boycott of Israel).
“O The New York Times e outros meios têm documentado o facto de Israel ter vindo a dar prioridade à arte e à cultura como um meio para branquear as suas violações dos Direitos Humanos. Por isso, quando um artista desta dimensão cancela [um concerto] trata-se aqui de um passo enorme na resposta [a Israel]”, reforçou Andrew Kadi, co-presidente da campanha dos Estados Unidos para pôr termo à ocupação israelita.