A juventude do herói Zorro é o tema da nova obra da escritora chilena Isabel Allende que, três semanas antes de o livro chegar a Portugal, definiu o protagonista como um misto de Robin Hood, Peter Pan e Che Guevara.
Numa entrevista publicada hoje pelo semanário austríaco "News", a escritora abordou aspectos relacionados com a prática literária e criticou a política de direita de Arnold Schwarzenegger, governador da Califórnia, onde a autora de "Paula" reside actualmente.
"O Zorro foi criado em 1917 e continua a ser um herói muito popular. É romântico, valente, cómico, atlético, além de lutar pela justiça sem recorrer à violência. Trata de humilhar o adversário, mas não de o matar. Como poderia não querer uma personagem assim?", interrogou-se a escritora.
Estas são algumas das características que, na opinião de Isabel Allende, tornam o mascarado Zorro tão popular, justificando também o seu novo romance, que é colocado à venda a 06 de Maio em toda a América Latina, Espanha, Itália, Holanda e Polónia, chegando a Portugal dia 18 de Maio com chancela da Difel.
Publicado em português sob o título "Zorro, começa a Lenda", o livro narra a adolescência de Diego de la Vega, nome do espadachim que, de acordo com a ficção, viveu no final do século XVIII na Califórnia, então pertença da Coroa espanhola.
Na obra, a autora da trilogia "Retrato a Sépia", "Filha da Fortuna" e "A Casa dos Espíritos" também relata a época em que Dom Diego estudou em Barcelona, Espanha, onde formulou uma visão do mundo influenciada pelos ideais da Revolução Francesa.
Sobrinha de Salvador Allende, o presidente chileno que se suicidou após o golpe de Estado de Pinochet, em 1973, a escritora afirmou-se satisfeita por viver nos Estados Unidos, mas criticou a administração de George W Bush.
Também crítica da política de Arnold Schwarzenegger, Isabel Allende disse esperar que o ex-actor de filmes como "Extreminador Implacável" nunca chegue a Presidente dos Estados Unidos.