São Paulo, Brasil, 24 mar (Lusa) - Investigadores brasileiros da Universidade de São Paulo (USP) estão a organizar uma exposição sobre a revista Orpheu, com documentos de época, publicações contemporâneas, cartas, manuscritos e arquivos digitais, com a intenção de a inaugurar em maio.
A mostra, que será exibida na biblioteca Brasiliana, na USP, terá também uma área com um conjunto de aguarelas de Alfredo Margarido, cedidas pelo acervo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), afirmou à Lusa Lilian Jacoto, presidente da comissão organizadora no Brasil do Congresso Internacional Luso-Brasileiro 100 Orpheu.
A previsão é que a mostra, que está em fase de organização e captação de recursos, fique três meses aberta ao público, e inclua um programa específico para visitas de escolas.
A revista Orpheu, na qual participaram nomes como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros, teve dois números publicados em 1915, e completa, este mês, cem anos sobre o seu lançamento.
"A revista teve influência sobre o modernismo brasileiro. No ensino da literatura portuguesa, ela é abordada como uma das revoluções artísticas importantes, por conta dos nomes que envolve - todos autores de grande peso para a modernidade e para a contemporaneidade", afirmou Jacoto à agência Lusa.
O Congresso Internacional Luso-Brasileiro 100 Orpheu é uma homenagem ao centenário da revista e reunirá investigadores de diversos países, entre os dias 25 e 28 de março, na Fundação Calouste Gulbenkian e no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. A etapa brasileira do evento ocorrerá de 25 a 28 de maio, na Universidade de São Paulo.
Os congressistas são recebidos hoje na Câmara de Lisboa e os trabalhos decorrem de quarta a sexta-feira, na Fundação Gulbenkian. No sábado, o Centro Cultural de Belém acolhe mesas redondas e a conferência de encerramento, pelo ensaísta Eduardo Lourenço, autor de "Fernando, rei da nossa Baviera".
A organização do congresso foi idealizada desde o fim de 2012, numa parceria entre o Centro de Investigação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (CLEPLUL) e o Laboratório de Estudos de Poética e Ética da Modernidade da Universidade de São Paulo (LEPEM). No Brasil, possui apoio da Embaixada de Portugal e do Instituto Camões.
Lilian Jacoto afirmou que investigadores brasileiros - ela incluída - vão participar no congresso em Portugal, tanto como assistentes, como conferencistas.
A iniciativa, no Brasil, em maio, também vai contar com a presença de investigadores internacionais, em conferéncias, debates e painéis, e englobará, em paralelo, a exposição sobre a revista.
