Gulbenkian acolhe escultura do tempo de Rodin e arte e arquitetura entre Lisboa e Bagdade

por Lusa

Lisboa, 17 out (Lusa) - Uma exposição dedicada à escultura em Paris no tempo de Rodin, e outra sobre a arte e arquitetura entre Lisboa e Bagdade, de 1957 a 1973, abrem ao público a 26 de outubro na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

Uma terceira exposição, que consiste no mais recente projeto dos artistas Ana Jotta e Ricardo Valentim, é inaugurada antes, na quinta-feira, dia 18, às 18:30, de acordo com o calendário da instituição.

"Pose e Variações - Escultura em Paris no tempo de Rodin", que ficará patente até 04 de fevereiro de 2019, é a grande exposição de inverno da Fundação Calouste Gulbenkian, apresentando um conjunto de esculturas reunido pelos colecionadores de arte Carl Jacobsen (1842-1914), fundador da Carlsberg, e Calouste Sarkis Gulbenkian (1869-1955).

O tempo de Rodin, artista central desta exposição, foi também o tempo de outros grandes escultores como Jean-Antoine Houdon, Aimé-Jules Dalou, Paul Dubois, Jean-Baptiste Carpeaux, Edgar Degas ou Denys-Pierre Puech, que estarão representados nesta exposição inédita.

Dedicada à pose na escultura francesa, principalmente na segunda metade do século XIX, junta três dezenas de esculturas das coleções de Carl Jacobsen, e de Calouste Sarkis Gulbenkian.

A exposição, que abre na Galeria Principal do edifício sede da Fundação, "explora o modo como os escultores franceses adotaram as poses ensinadas na Academia e as adaptaram nas suas criações, seguindo o seu caminho pessoal a partir dos ensinamentos académicos, ou afastando-se deles", segundo uma nota de imprensa da Gulbenkian.

Cinco núcleos distintos de objetos darão corpo ao tema proposto, com a figura humana omnipresente, ora inspirada na intemporal mitologia clássica, ora assumindo uma dimensão realista ou intimista.

A mostra, com curadoria de Luísa Sampaio e Rune Frederiksen, é uma organização conjunta da Fundação Calouste Gulbenkian e da Ny Carlsberg Glyptotek de Copenhaga, que a acolherá no próximo ano.

"Arte e Arquitetura entre Lisboa e Bagdade", outra exposição que abre também a 26 de outubro, revela histórias desconhecidas da presença da Fundação Calouste Gulbenkian no Iraque, entre 1957 e 1973.

Até 28 de janeiro de 2019, na Galeria do piso inferior, o público poderá ver as origens do núcleo de arte iraquiana da Coleção Moderna do Museu Calouste Gulbenkian e de duas obras de arquitetura erguidas pela Fundação em Bagdade, na década de 1960.

A mostra será também pretexto para um amplo debate de ideias promovido pela Future Architecture Platform, com a presença de arquitetos especialistas em zonas de conflitos, com particular atenção ao Médio Oriente.

Entre 1957 e 1973, a Fundação Calouste Gulbenkian "participou ativamente no estabelecimento da infraestrutura cultural, educativa, científica e assistencial do Iraque contemporâneo, utilizando parte das receitas da exploração petrolífera realizada naquele país para apoiar a construção e o equipamento de instalações e serviços, a formação superior e a produção artística iraquianas", recorda a entidade.

A sua ação abrangeu mais de uma centena de estruturas -- escolas, universidades, hospitais e museus -- e 600 bolseiros iraquianos em pós-graduação no país e no estrangeiro.

Esta exposição explora a história pouco conhecida desta ação, a partir de documentos inéditos e originais das coleções da Fundação, e destaca três momentos-chave: a criação, em 1962, do Modern Arts Centre em Bagdade (conhecido como Gulbenkian Hall), o primeiro espaço desenhado de raiz para a exposição de obras de arte moderna no Iraque e a criação do Estádio do Povo (Al-Sha`ab).

O Estádio do Povo (Al-Sha`ab), um grande complexo desportivo em Bagdade, que se tornou uma referência no Médio Oriente, foi inaugurado em 1966 e, na altura, foi organizara a Semana Cultural Gulbenkian, que permitiu apresentar na capital iraquiana um conjunto de 70 obras de artistas portugueses e estrangeiros, daquela que viria a constituir a futura Coleção Moderna da Fundação.

A exposição dá ainda a conhecer, pela primeira vez no seu conjunto, o raro núcleo de obras iraquianas da Coleção Moderna, em grande parte adquiridas diretamente aos artistas, na década de 1960.

Com curadoria de Patrícia Rosas e Ricardo Agarez, esta exposição é um projeto de colaboração entre o Museu e a Biblioteca de Arte e Arquivos Gulbenkian, com o apoio do Serviço de Bolsas da Gulbenkian.

Uma terceira exposição, que é inaugurada já na quinta-feira, às 18:30, intitula-se "Al Cartio e Constance Ruth Howes - de A a C", o mais recente projeto dos artistas Ana Jotta e Ricardo Valentim, a quem o Museu Gulbenkian dirigiu um convite para o Espaço Projeto.

A dupla respondeu com um exercício crítico sobre a autoria e a curadoria de exposições, reunindo trabalhos de Al Cartio e Constance Ruth Howes, intitulado "de A a C".

Por ocasião desta exposição, a Fundação Calouste Gulbenkian publica um novo livro de Ana Jotta e Ricardo Valentim, intitulado "Moer", que inclui trabalhos, correspondência e outros materiais diversos que testemunham a sua relação artística iniciada em 2010.

Na sexta-feira, às 17:00, terá lugar uma conversa com Ana Jotta e Ricardo Valentim, no espaço da exposição, que permanece até 14 de fevereiro de 2019.

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