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Fundador da revista Playboy Hugh Hefner morreu aos 91 anos

por RTP
Hugh Hefner na mansão da Playboy Reuters

O fundador da revista Playboy, Hugh Hefner, morreu na quarta-feira à noite, aos 91 anos, em casa, a Mansão Playboy em Los Angeles, nos Estados Unidos, informou a empresa.

De acordo com um comunicado divulgado pelo grupo Playboy, Hefner morreu de causas naturais, rodeado pela família.

Nascido em Chicago, em 1926, Hefner fundou a Playboy em 1953 depois de os executivos da revista Esquire lhe terem negado um aumento de cinco dólares no salário.

O fundador da Playboy vai ser enterrado ao pé de Marilyn Monroe, num talhão em Westwood Memorial Park em Los Angeles, que Hefner reservou anos depois da morte dela, por 75 mil dólares, refere o Hollywood Reporter.

Marilyn Monroe, na altura uma das estrelas mais brilhantes do horizonte mediático, foi a primeira capa da revista Playboy em 1953, depois de Hugh Hefner ter publicado uma foto dela nua que havia comprado por 200 dólares.

Essa revista vendeu 50 mil cópias em poucas semanas e ajudou a catapultar a Playboy para a fama.Um ícone americano

Em poucos anos a revista tinha milhões de assinantes e a marca tinha-se ramificado para diversas áreas, desde clubes noturnos a filmes e canais de televisão, roupas e outros produtos.

Hefner – e de certo modo a revista - tinha entretanto assumido um estilo de vida que viria a tornar-se icónico. As suas playmates - as mulheres que figuravam nas páginas das revistas, nuas e e seminuas - ajudaram a definir o estilo de "beleza feminina americana", caucasiana, loura, alta, escultural, de peito grande e cintura fina, ainda hoje em voga.

A Playboy Enterprises tornou-se um império comercial e artístico e incontáveis celebridades sentiam-se honradas de figurar nas páginas da revista.

O grupo Playboy lembrou o legado do fundador num comunicado emitido poucas horas após a sua morte.

“Hugh Hefner, o ícone americano que em 1953 apresentou ao mundo a revista Playboy e que construiu a empresa transformando-a numa das marcas norte-americanas globais mais reconhecidas em toda a História, morreu hoje pacificamente de causas naturais, em sua casa, a Mansão Playboy, rodeado de entes queridos. Tinha 91 anos.” Um amigo "leal e antencioso"


Cooper Hefner, filho e atualmente o diretor criativo da Playboy Enterprises, também se pronunciou.

“O meu pai viveu uma vida excecional e de grande impacto como um pioneiro cultural e dos media como uma voz ativa em prol dos movimentos sociais e culturais mais significativos do nosso tempo ao advogar pela liberdade de expressão, direitos civis e liberdade sexual”, afirmou.

"Definiu uma ética e um estilo de vida que estão no cerne da marca Playboy, uma das mais reconhecíveis e permanentes da História. Vai fazer muita falta a muitos, incluindo a sua mulher, Crystal, a minha irmã Christie e os meus irmãos David e Marston, e todos nós na Playboy Enterprises.”

As redes sociais encheram-se de tributos, publicados por pessoas comuns e celebridades, incluindo Mark Hamil – Luke Skywalker, da saga Guerra das Estrelas – que chama a Hugh Hefner um “amigo leal e atencioso” e faz dele um retrato diferente do que poderia pensar-se à primeira vista.

"Conheci-o uns meses antes da estreia de Star Wars e esperava um mulherengo louco esterotipado, não o tipo de amigo leal e antencioso que sempre foi para mim e ML", escreveu o ator no Twitter.Mestre de marketing


Playboy assumido, Hefner casou com a sua namorada dos tempos universitários, Mildred Williams em 1949, com quem viveu maritalmente dez anos e de quem teve dois filhos, Christie e David.

Arrepiado com a possibilidade de ficar amarrado ao estilo de vida espartilhado dos pais, Hefner – que teve empregos tão variados como assistente pessoal, gerente e redator promocional da revista Esquire – decidiu numa reviravolta fundar a sua própria revista em 1953.

“Tentei as formas mais tradicionais de vida, mas realmente não eram para mim”, afirmou Hefner. E “quando me apercebi que o comprimento das saias estava a descer em vez de subir e quem em vez de uma celebração pós II Grande Guerra, estávamos a ter repressão e conservadorismo, percebi que isso não era progresso”.

A sua criação tirou a temática sexual do armário e libertou-a de tabus conservadores, legitimando todo um novo estilo de vida para homens solteiros e ricos.

Um autoproclamado mestre de marketing, Hefner tornou impossível destrinçar a sua própria imagem do império que criou.

Sobreviveu tanto à revolução sexual que ajudou a implementar como a algumas das mais famosas Playmates que figuraram nas páginas centrais da sua revista.

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