
A 17 de Outubro de 1849, morria Frédéric Chopin, compositor e pianista polaco, nome essencial do primeiro Romantismo e na definição do repertório para piano.
Saiu de Varsóvia pouco antes da Polônia capitular diante dos russos, em 1830. A Polônia, para a qual não voltou em vida, não passava de uma recordação nostálgica: romantismo moderadamente nacionalista.
Em Paris, a sociedade aristocrática e os círculos intelectuais lhe abriram largamente as portas. Nunca foi virtuose das grandes salas de concertos, para o público anônimo.
A simpatia geral da Europa toda, hostil ao czarismo russo, para com os refugiados poloneses, facilitou a entrada de Chopin para o mundo ocidental. Polonês de nascimento e de inspiração, tornou-se francês pela cultura e pelo ambiente.
É nas Polonesas, Mazurcas e Valsas que sua música é especificamente polonesa, embora nas Valsas já se encontre um toque parisiense.
Seu verdadeiro reino são as curtas peças poéticas. Não gostava da sonata-forma e de Beethoven mas amava Mozart e o Cravo Bem Temperado de Bach.
Sua arte é altamente pessoal. Os arabescos e ornamentos que, nas obras de outros, só servem para exibicionismo, para Chopin tornam-se essenciais. Ele criou um novo estilo pianístico.
Tanto os Estudos, escritos para resolver determinados problemas pianísticos, comparáveis às obras didáticas de Bach, como os Noturnos, pequenas peças poéticas, sonhadoras, tiveram precursores e modelos.
Mas Chopin também criou suas próprias formas, como as Baladas, peças um pouco mais extensas, que sugerem uma sequência de estados psicológicos, os Scherzi, expressões de um humorismo característico, cáustico, sarcástico, desesperado, exatamente o contrário do romantismo melancólico e elegante, e os Prelúdios, expressões de um pessimismo desolado.
Suas inovações harmônicas influenciaram Liszt, Wagner e Scriabin.
OBRA
Estudo nº 12 (Revolucionário), Opus 10 (1829-32);
Noturno nº 2, Opus 9;
Barcarola em Fá sustenido maior, Opus 60 (1846), o maior de seus noturnos;
Baladas nº 1, 3 e 4;
Scherzo nº 2, Opus 31;
Préludes, Opus 28 (1839);
Sonata nº 2, Opus 35 (1839);
Sonata em Si bemol menor, Opus 35;
Concerto nº 2, Opus 21, para piano e orquestra (1829);
Fantasia em Fá menor, Opus 49.