Faleceu Sérgio Borges, vocalista do Conjunto Académico João Paulo
Funchal, 18 dez (Lusa) - O cantor Sérgio Borges, que cantou "Onde Vais Rio que Canto", música vencedora do VII Grande Prémio da Canção de 1970, faleceu sábado, no Funchal, aos 67 anos de idade, vítima de doença prolongada.
O vocalista e letrista do Conjunto Académico João Paulo, agrupamento de grande sucesso nos anos 1960 e 1970, nasceu no Funchal a 18 de outubro de 1944, tendo-se notabilizado no panorama musical português, graças aos sucessos nos festivais da RTP.
Sérgio Borges iniciou a sua vida artística no Liceu Jaime Moniz, no Funchal, cantando para quermesses e festas académicas, mas em 1966 ganhou destaque no panorama nacional com um segundo lugar no Festival RTP com a canção "Eu Nunca Direi Adeus", tendo sido também distinguido nesse ano com o "Premio Imprensa".
Em 1968, ganha o "Grande Prémio do Disco", em 1970 vence o VII Grande Prémio da Canção com "Onde Vais Rio que Canto", um trabalho que levou nesse ano ao Festival Yamaha, em Tóquio.
O vocalista desenvolveu sobretudo na Madeira a sua carreira artística tendo sido cabeça de cartaz e entertainer durante vários anos do espetáculo do Casino da Madeira, juntamente com Sian Lesley e o seu grupo de dança.
"Sérgio Borges deu um grande contributo à música e à Madeira, com a sua voz inconfundível, quente e transparente. Tinha uma grande postura de artista e era de uma empatia extraordinária", disse à Agência Lusa o ex-secretário regional do Turismo e Cultura, João Carlos Abreu.
"O Conjunto Académico João Paulo, com a voz do Sérgio Borges, estava, nos anos 60 e 70, para Portugal como os Beatles estavam para o Reino Unido", acrescentou.
"É uma perda, temos que viver e morrer, mas a voz dele vai continuar a cantar para sempre", observa.
O diretor regional dos Assuntos Culturais, João Henrique Silva, considera também "uma grande perda para a música" a morte de Sérgio Borges.
"Foi uma grande dinamizador e um ídolo para a juventude, deixou marcas no meio musical madeirense e despoletou outros cultores", disse.
Luigi Valle, administrador do Grupo Pestana, tece também elogios "à pessoa, com quem convivi desde miúdo, e ao artista que era um cumpridor das orientações artísticas que lhe eram transmitidas".
"O Sérgio sempre foi uma referência, juntamente com Max, foi um dos maiores cantores madeirenses", finaliza.
O funeral ainda não foi marcado.