A exposição "Amadeo de Souza-Cardoso Diálogo de Vanguardas", que encerrou à meia-noite de domingo na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, recebeu um total de 100.117 visitantes, informou à Agência Lusa fonte da instituição.
A elevada afluência de visitantes levou a administração a alargar excepcionalmente os horários de funcionamento do Museu Calouste Gulbenkian, que, durante o último fim-de-semana, se manteve aberto durante a madrugada, outra decisão inédita. Mesmo assim, verificaram-se filas de mais de duas horas de espera para aceder à mostra.
"Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918) Diálogo de Vanguardas", inaugurada a 14 de Novembro, reuniu cerca de 260 obras do pintor português e de 36 artistas internacionais seus contemporâneos, entre os quais Modigliani e Picasso.
Nos anos 80 a Fundação Gulbenkian organizou uma outra retrospectiva do pintor que "foi igualmente muito visitada, mas esta excedeu todas as expectativas".
Considerado um dos grandes precursores da arte moderna em Portugal, o artista, nascido em Amarante, viveu oito anos em Paris, onde acompanhou activamente o surgimento dos movimentos expressionista e cubista, convivendo com alguns dos artistas representados também nesta mostra.
Também o catálogo (3.000 exemplares) criado para a exposição, comissariada por Helena de Freitas, se esgotou rapidamente e a Fundação encomendou uma segunda edição.
A possibilidade de um prolongamento da mostra foi posta de parte porque envolvia muitos contratos com entidades colectivas e particulares que cederam obras, nomeadamente o British Museum, de Londres, e o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MOMA).
Amadeo foi o eixo central do "Diálogo de Vanguardas", mas a exposição mostrou obras de outros artistas do seu tempo, nomeadamente os portugueses Eduardo Viana e Almada Negreiros, e alguns dos grandes nomes da pintura da primeira metade do século XX, nomeadamente Robert Delaunay, Brancusi, Leger, Archipenko e Modigliani.