Lisboa, 13 Mar (Lusa) - Os cinco anos da Cimeira dos Açores, que preparou o início da invasão do Iraque, vão ser evocados a partir de sábado no Museu de Arte Comtemporânea de Elvas (MACE) através de uma exposição intitulada "Sobre o Ataque e a Defesa".
O objectivo, afirma o director do museu, João Pinharanda, é "responder ao desafio de estabelecer uma relação produtiva com a história da cidade de Elvas ao mesmo tempo que se garante a dimensão global da programação do MACE".
A inauguração da exposição contará com a presença do ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, e uma conferência do antigo presidente Mário Soares sobre a actualidade internacional.
Trata-se também da terceira exposição organizada pelo novo museu de Elvas desde a apresentação da colecção de arte do empresário alentejano António Cachola, em Julho passado, e estará patente até Outubro no edificio do MACE e num paiol da cidade.
Desta vez, o MACE reune fotografias e desenhos de Augusto Alves da Silva, Manuel Botelho e Pedro Gomes, entre as quais uma série de onze imagens de grande formato captadas perto da base das Lages no dia 16 de Março de 2003, quando os líderes de Portugal, Reino Unido, Espanha e Estados Unidos aí se encontraram para ultimarem os preparativos para invasão do Iraque.
Augusto Alves da Silva, o autor das referidas imagens, captou o momento em que os aviões de Bush, Aznar e Blair se preparavam para aterrar nas Lages e que, segundo o artista, choca com "a paisagem idílica do lugar".
"Portugal associou-se a uma monstruosidade", disse Alves da Silva acerca da Cimeira dos Açores, quatro dias antes do início da guerra no Iraque.
A Colecção António Cachola, depositada no MACE, é constituida por cerca de 400 obras de alguns dos mais conhecidos artistas portugueses da actualidade, entre os quais Julião Sarmento, Joana Vasconcelos, José Pedro Croft, Ilda David, Pedro Cabrita Reis e Jorge Molder.
AC.
Lusa/Fim
