Uma exposição sobre a obra de António Dacosta (1914-1990), com obras inéditas e outras menos conhecidas do público, assinala, a partir de hoje, o centenário do artista na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
A exposição "António Dacosta 1914 | 2014" tem curadoria de José Luís Porfírio e fica patente até 25 de janeiro de 2015, no Centro de Arte Moderna (CAM) da Gulbenkian.
Com 135 obras de Dacosta, o percurso da exposição abre com uma evocação do coelho do livro "Alice no País das Maravilhas", estudo concebido para o painel de azulejos que ocupa as paredes da plataforma e da zona superior de acesso da estação do Metro do Cais do Sodré ("Estou atrasado").
Reunindo documentação, ilustrações, bibliografia, iconografia, desenhos e apontamentos, a exposição tem obras inéditas e outras menos conhecidas do público.
O objetivo da mostra, no âmbito do centenário do artista, poeta e crítico de arte, é dar uma imagem de conjunto da obra, combinando núcleos demarcados no tempo, como a fase surrealista dos anos de 1940.
Em simultâneo, é disponibilizado o catálogo de toda a obra do pintor, com imagens e documentos de contextualização - o catálogo "raisonné" de António Dacosta -, o primeiro do género a ficar "online", em Portugal, e um dos primeiros a nível mundial, de acordo com os responsáveis do CAM.
Nascido em 1914, em Angra do Heroísmo, nos Açores, António Dacosta teve uma fase artística marcada pelo Surrealismo, entre 1939 e 1948, afirmando-se uma figura de referência neste movimento, em Portugal.
Em 1947, fixou residência em Paris, onde realizou pinturas que o aproximaram da arte abstrata, seguindo-se depois um hiato de cerca de 30 anos, em que interrompeu quase por completo a prática artística, dedicando-se à crítica de arte.
Retomou a pintura no final da década de 1970, data a partir da qual realizou várias obras, adquirindo visibilidade na década de 1980. António Dacosta faleceu em Paris, em dezembro de 1990.