A música de Cabo Verde vai ser celebrada na terça-feira no espetáculo "Morabeza em Lisboa", no teatro Capitólio, com músicos como Nancy Vieira, Dani Silva, Cremilda Medina, Cristina Clara, Leonel Almeida, Armindo Tito e Kady, entre outros artistas.
Os músicos Sara Tavares e Bana serão homenageados a título póstumo, com a entrega da Medalha de Mérito Cultural de Lisboa às respetivas famílias, pelo presidente da autarquia, Carlos Moedas, e o cantor Dani Silva também receberá a medalha de mérito cultural da cidade durante o espetáculo, conforme o alinhamento anunciado pela Câmara Municipal.
"Morabeza em Lisboa", que se apresenta como "cerimónia de celebração e homenagem à música e músicos de Cabo Verde", recorda expressões locais como o funaná, a morna e a coladera, que entraram pela vida da capital portuguesa e influenciaram gerações através de compositores e intérpretes como Titina Rodrigues, Bana, Cesária Évora, Sara Tavares, Celina Pereira e Dani Silva, Francisco Xavier da Cruz (B.Leza), Manel de Novas, Dionísio Maio, Faria Junior e Baptista Dias.
Ao longo do espetáculo serão ouvidas canções e temas instrumentais vindos desses autores como "Traz d`Horizonte" e "Velocidade", por Nancy Vieira, "Catatau" e "Cise", de homenagem a Cesária, por Cristina Clara, "Nho Manel", por Leonel Almeida, "Tunga Tunguinha", por Mario Marta, "Mar Azul" e "Carnaval de S. Vicente", por Cremilda Medina, "Cabo Verde na coração" e "Ponto de Luz", um dos maiores êxitos de Sara Tavares, por Kady, e "dam bo", também de Sara Tavares, por Hilar.
O segmento final do espetáculo incluirá vários temas interpretados por Dani Silva, como "Cumpad mantin", "Nha Mudjer", "Lua" e "Crioula de S. Bento", culminando com o funaná "Sol de manhã", de Paulino Vieira, com todos os cantores em palco.
"A música de Cabo Verde, marcada por uma exuberante diversidade de ritmos e estilos, é um reflexo vibrante da herança cultural intrincada do arquipélago", lê-se na apresentação de "Morabeza em Lisboa", que adota a expressão de atenção, afabilidade, delicadeza e gentileza, que provém do crioulo.
"Titina Rodrigues, Bana, Cesária Évora, Sara Tavares, Celina Pereira e Dani Silva desempenharam papéis fundamentais na difusão dessas melodias além-mar, especialmente em Lisboa, onde muitos estabeleceram residência", lê-se no texto da folha de sala, que recorda "a interpretação autêntica da coladeira e da morna" por Titina, a música de "Bana, o aclamado `Rei da Morna`, [que] elevou as melodias nostálgicas a novos patamares", e Cesária Évora, "a inesquecível `Diva dos Pés Descalços`, [que] conquistou fama internacional com sua voz singular e emotiva", constituíndo-se como "um ícone da música cabo-verdiana".
Sara Tavares, "com sua fusão de influências tradicionais e contemporâneas", e Celina Pereira, com as "valiosas contribuições educacionais e musicais, enriqueceram a cena musical lisboeta", assim como Dani Silva, que "trouxe uma abordagem inovadora e moderna aos sons de Cabo Verde, consolidando a presença e a influência da música cabo-verdiana tanto na capital portuguesa quanto no cenário global".
A direção artística do espetáculo é do regente e pianista Humberto Ramos, à frente de uma banda composta por Djudjuty (cavaquinho), Emilio Lobo (bateria), Jair de Pina (percussão), Vaiss Dias (guitarra), Luciano Vasconcelos (baixo), Daniel Vinagre (saxofone), João Vinagre (trompete) e Tó Barbosa (violino).
O início de "Morabeza em Lisboa" está marcado para as 21:00 de terça-feira, 30 de julho, no teatro Capitólio, em Lisboa.