Um duplo álbum com composições de Ivan Lins, interpretadas por si ou por nomes como Elis Regina, surge esta semana no mercado português, com o título "O amor é o meu país".
O duplo CD, editado pela Universal Music, comemora os 35 anos de carreira daquele que é um dos compositores brasileiros mais gravado no estrangeiro, logo a seguir a Tom Jobim.
Ivan Lins que produziu um álbum de Paulo de Carvalho e com quem Carlos do Carmo e Eugénia de Melo e Castro já gravaram é, actualmente o compositor brasileiro mais premiado, segundo a editora.
O duplo álbum recupera algumas composições para formato CD como "Você mulher, você", um dos primeiros êxitos da carreira de Lins.
Trata-se de uma gravação de 1971 de um original de Lins e Ronaldo Monteiro de Souza, que o compositor interpreta com o Trio Mocotó (Nereu Gargalo, Fritz Escovão e Joãozinho Parayba).
Num CD apenas Lins interpreta composições suas, estando incluídas entre outras, "Daquilo que eu sei", "Começar de novo" ou "Lua cirandeira".
No segundo CD "Lins e amigos" encontramos interpretações de Elis Regina ("Madalena" e "Cartomante"), Gal Costa ("Roda baiana"), Zizi Possi ("Choro das águas") ou Fafá de Belém ("Temporal" e "Bilhete").
Neste CD há também parcerias de Ivan Lins com Tim Maia ("Formigueiro"), Erasmo Carlos ("Dinorah, Dinorah"), com o MPB-4 ("Abre-alas"), Lucinha Lins ("Amor"), além do Trio Mocotó.
Com mais de 30 álbuns editados, Ivan Lins teve o seu primeiro sucesso com "Madalena" e logo a seguir "O amor é o meu país", "Desesperar jamais" e "Aos nossos filhos", interpretados por si.
O compositor realiza regularmente digressões pelos Estados Unidos, Japão e Europa, e em Março do ano passado apresentou o seu show "Cantando histórias" na Aula Magna da Universidade de Lisboa.
O mercado norte-americano e com este o internacional surgiu em 1979 na sequência de um convite de Quincy Jones.
Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, Carmen McRea, Manhatten Transfer, George Benson começaram a cantar as suas canções, que foram visitadas mais recentemente por Barbara Streisand, Sting, ou Jane Monheit.
Relativamente à sua música, Ivan Lins afirmou à Lusa que "é cada vez mais eclética".
"Não parei no tempo, acompanho tudo, sou fascinado pelas coisas novas, gosto de misturar a música electrónica com a acústica, de experimentar e ver o que vai dar", disse.
"Sou uma grande salada", sintetizou.
