De Letras para a Gulbenkian, novo presidente traz literatura na bagagem académica

por Lusa

De Shakespeare a Dylan, passando por Pessoa, o novo presidente do conselho de administração da Fundação Calouste Gulbenkian traz a literatura na bagagem académica, exercida como catedrático na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

António Maria Maciel de Castro Feijó chegou à Gulbenkian em 2018 como administrador não executivo e era até agora pró-reitor da Universidade de Lisboa, depois de ter dirigido a Faculdade de Letras, onde também pertencia ao Departamento de Estudos Anglísticos e ao Programa em Teoria da Literatura.

Aos 69 anos, sucede no cargo a Isabel Mota, a primeira mulher à frente da Gulbenkian, que sai por ter atingido o limite de idade. A sucessão foi decidida ainda no ano passado, com uma votação conduzida em dezembro.

O envolvimento com a literatura anglófona levou a um mestrado em Literatura Inglesa e Norte-Americana pela universidade estadual de Nova Iorque, nos Estados Unidos, e a um doutoramento no mesmo objeto de estudo pela também norte-americana Brown.

António Feijó já foi presidente do Conselho Geral Independente da RTP e era diretor não-executivo da Fundação da Casa de Mateus.

Publicou traduções e versões dramatúrgicas de William Shakespeare, Thomas Otway e Fernando Pessoa.

Em 2015, publicou "Uma Admiração Pastoril pelo Diabo (Pessoa e Pascoaes)" (Imprensa-Nacional Casa da Moeda), que recebeu o Prémio Jacinto do Prado Coelho, da Associação Portuguesa dos Críticos Literários, e, em 2016, publicou uma versão "ligeiramente alterada" da sua tradução de "Hamlet", de Shakespeare.

Em 2017 publicou, com Miguel Tamen, "A Universidade como deve ser" (Fundação Francisco Manuel dos Santos).

Com Tamen, também promoveu a discussão dos "Livros de Bob Dylan", em Lisboa, quando o criador de "Forever young" e "Shelter from the storm" foi distinguido com o Nobel da Literatura.

É autor da peça "Turismo Infinito", sobre a voz de Fernando Pessoa, que o Teatro Nacional de São João estreou em 2009, com direção de Ricardo Pais.

Comissariou exposições sobre literatura, na Fundação Calouste Gulbenkian (2008) e na Fundação Cupertino de Miranda (2018, em colaboração).

A Fundação Gulbenkian é uma instituição sem fins lucrativos criada em 1956 com bens do mecenas arménio Calouste Gulbenkian (1869-1955), cujas principais atividades são exercidas em quatro áreas estatutárias: arte, beneficência, educação e ciência.

Possui um instituto de investigação científica, uma orquestra própria, um coro, uma biblioteca de arte e arquivo, salas de espetáculos e duas coleções de arte, uma de arte antiga e outra de arte contemporânea, expostas ao público nos seus museus.

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