Comediante "Borat" surpreendido com as críticas a filme que protagoniza

por Agência LUSA

Sacha Baron Cohen, intérprete de "Borat", declarou-se surpreendido com as críticas que acusam o filme que protagoniza de explorar a ingenuidade das pessoas, numa entrevista à revista Rolling Stone.

"Fiquei surpreendido porque sempre pensei que as pessoas percebiam que se tratava de um país imaginário e que o objectivo era deixar as pessoas expor os seus preconceitos", afirmou o actor britânico.

O filme em causa tem 84 minutos e o título "Borat: Cultural Learnings Of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan" e é um falso documentário feito por um pseudo-jornalista do Cazaquistão.

Em Portugal, estreia-se no próximo dia 30 com o título "Borat:

Aprender Cultura da América para fazer Benefício Glorioso à Nação do Cazaquistão".

Depois de duas semanas de exibição nos Estados Unidos, o filme tornou-se um êxito de bilheteira, mas também suscitou polémica e queixas na justiça por parte de pessoas que aparecem no "documentário" e alegam ter sido enganadas e ridicularizadas.

O Cazaquistão foi escolhido para nacionalidade de Borat por ser um país do qual pouco se sabe.

O personagem "Borat", disfarçado de repórter, percorre os Estados Unidos e vai obtendo dos entrevistados respostas que revelam, por exemplo, racismo ou desconhecimento.

"A ironia não está no Cazaquistão, mas na ideia de algumas pessoas pensarem que aquele Cazaquistão que eu descrevo existe, um país onde os homossexuais usam chapéus azuis, onde as mulheres vivem em jaulas, onde se bebe urina de cavalo fermentada e onde a idade para se casar é 9 anos", explicou o actor na entrevista.

"Borat funcionou como um instrumento, ao mostrar-se anti- semita, as pessoas perdem a desconfiança e mostram os seus preconceitos quer seja o anti-semitismo ou a aceitação deste", argumentou Cohen, um judeu praticante, de 35 anos.

Cindy Streit, uma norte-americana que reside no Alabama, apresentou queixa contra os produtores do filme alegando ter sido ridicularizada na comédia.

"Estou furiosa por ter sido enganada. Como é que eles ousaram?", afirmou numa conferência de imprensa que deu, em Los Angeles, com a sua advogada.

Na semana passada, dois jovens norte-americanos estudantes universitários que surgem no filme alcoolizados e a ver um filme pornográfico processaram a 20th Century Fox, a produtora.

A saída deste filme também provocou a cólera do Cazaquistão, um país da Ásia Central, e levou a Rússia a proibi-lo.

O filme deveria estrear-se em Moscovo a 30 de Novembro, mas a distribuidora russa "Gemini-filme" anunciou há dias a suspensão do seu lançamento no mercado russo.

A distribuidora justificou a sua decisão com a proibição imposta pelo Comité para o Cinema da Rússia (CCR).

Iuri Vassiutchkov, um dos dirigentes do CCR, confirmou a proibição e explicou: "Considerámos que o filme contém materiais que a um certo número de espectadores podem parecer humilhantes para certos povos e religiões".

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