Colette, André Breton, Galeano, H.G. Wells e John Berger nas novidades da Antígona

por Lusa

Um quarteto de contos de Colette, a reedição de duas obras do surrealista André Breton e ainda livros de Eduardo Galeano, H.G. Wells e John Berger são algumas das novidades da Antígona a sair até ao final do ano.

No início do outubro, a editora publica "O Quépi e outros contos", da escritora francesa Colette, e "A Cozinha Canibal", do escritor, pintor e ator francês surrealista Roland Topor.

Atravessando os quatro contos de Colette o leitor vai do luminoso sul de França até às ruas de Paris, da deslumbrante alegoria da mulher-rouxinol, presa nas gavinhas da vida, aos relatos que fazem tombar as máscaras do quotidiano, guiado pela mão da autora que, através da escrita poética, "celebra odisseias e facetas femininas", como descreve a editora.

Em "A Cozinha Canibal", livro de 1970, traduzido nesta edição por Júlio Henriques, Roland Topor serve ao leitor "quarenta e três deliciosas receitas antropófagas e modos de preparar o homo sapiens, uma das carnes mais injustamente subvalorizadas", da "saborosa cabeça de patrão com puré, a especialidades como míope gratinado e patê de camponês".

Já no final do mês chega mais um livro de Eduardo Galeano, "Futebol Sol e Sombra", uma homenagem ao futebol -- que passa em revista ídolos, lendas e episódios marcantes -, feita por um autor que, de quatro em quatro anos, por altura do Mundial, se fechava em casa durante um mês e pregava na porta uma tabuleta onde se lia: "Cerrado por fútbol".

Na mesma altura, a Antígona reedita duas obras "fundamentais" do movimento surrealista: "Nadja" (1928) e "O Amor Louco" (1937), ambos da autoria de André Breton.

O primeiro, considerado pelo próprio autor a sua obra-chave, mergulha num ambiente em que sonho e realidade se confundem, através de fragmentos de imagens que se sucedem ao sabor do pensamento, ao passo que o segundo parte da história do encontro com uma mulher "escandalosamente bela", para questionar o que é o amor, como surge e que acasos, convulsões ou beleza o desencadeiam.

Para o mês de novembro está previsto o lançamento de "O Gangue da Chave-inglesa", de Edward Abbey, descrito como uma `road story` ecologista, que segue quatro insubmissos que decidem lutar contra a destruição do Oeste americano pela indústria e pelo governo, e "Tono-Bungay", de H.G. Wells, considerado por alguns a obra-prima deste autor, a história de uma mistela que se converte em elixir e panaceia universal, satirizando a mercantilização crescente e a credulidade do mundo.

Na área da não-ficção, chega "O Socialismo Selvagem", de Charles Reeve, um ensaio sobre a auto-organização e a democracia direta nas lutas da Revolução Francesa, em 1789, até aos movimentos sociais da atualidade (2018). Passando pelo Maio de 68 e pelos comités do 25 de Abril, os sovietes russos e os conselhos revolucionários alemães de 1920, a obra pode ser descrita como uma "cartografia da insubmissão".

Outro livro de John Berger está também na calha para ser publicado, desta vez "Porquê Olhar os Animais", um conjunto de ensaios que explora a degradação da relação entre o homem e a natureza na era do consumismo moderno, e a redução dos animais à categoria de espetáculo.

"Laocoonte ou sobre as Fronteiras da Pintura e Poesia", de 1766, "a obra maior" de G.E. Lessing, chega também às livrarias até final do ano, um texto da teoria estética e um clássico sobre a natureza da pintura e da pintura, os seus limites, esferas e especificidades.

A editora vai ainda lançar "A Ameaça de Antígona. 40 anos", no âmbito do seu aniversário, uma antologia de testemunhos de colaboradores que estão ou estiveram ligados à editora, organizada pelo seu editor e fundador, Luís Oliveira.

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