A primeira fase das obras de recuperação do Cine-Teatro João Verde, em Monção, que se encontra em adiantado estado de degradação, arrancou terça-feira e vai custar 1,1 milhões de euros, anunciou hoje o presidente da autarquia.
Segundo José Emílio Moreira, esta primeira fase deverá estar concluída em 2006 e engloba, entre outras intervenções, a cobertura do edifício, que entretanto ruiu, e a remodelação das infra-estruturas, nomeadamente das redes de água, saneamento e energia eléctrica.
"Trata-se de uma intervenção fundamental para evitar a ruína do imóvel, que tanto diz às gentes de Monção", referiu José Emílio Moreira, salientando que a intenção da Câmara é transformar o Cine- Teatro João Verde num moderno centro cultural.
No total, a remodelação do imóvel está estimada em 2,5 milhões de euros, um investimento que a Câmara espera ver comparticipado não só pelo Governo mas também pelos fundos comunitários, nomeadamente pelo programa Interreg.
Segundo o projecto, que foi sempre acompanhado de perto pelo Instituto Português das Artes e Espectáculos, o centro cultural terá, no rés-do-chão, um palco de 100 metros quadrados, um átrio com uma área de 180 metros quadrados, uma sala com capacidade para 289 lugares sentados e mais dois permanentes para deficientes motores, um bar, vários camarins e instalações sanitárias.
No piso superior funcionará um local reservado a exposições e terá um espaço de 118 metros quadrados, mas também cabines de projecção, tradução, luz e som.
Para o terceiro piso está projectada a instalação de um café- concerto, um palco de apoio com 16,3 metros quadrados, um bar, um armazém e instalações sanitárias.
Inaugurado em Junho de 1949 e tornando-se desde logo numa das mais importantes salas de espectáculos do Alto Minho, o "João Verde" está encerrado desde a primeira metade da década de oitenta, tendo entrado em profunda degradação.
Uma situação a que a Câmara decidiu pôr cobro, quando, em finais de 1998, adquiriu o imóvel por 347 mil euros.
"A ideia subjacente a esta compra foi garantir a dignificação de um edifício de elevado valor histórico e sentimental, cuja degradação ameaçava tornar-se irreversível", salientou o presidente da Câmara.
Quando reabrir portas, o "João Verde" estará transformado num espaço privilegiado para a realização de seminários, conferências, exposições e outras manifestações culturais, colmatando assim uma lacuna que há muito se faz sentir no concelho.
VCP.
Lusa/Fim