A obra "O Parnaso de Vila Viçosa", de Francisco Morais Sardinha (séculos XVI- XVII), é tema de uma conferência do norte-americano Christopher Lund, domingo, em Vila Viçosa.
Francisco Morais Sardinha, natural de Vila Viçosa, escritor da segunda metade do século XVI e início do século XVII, deixou uma importante obra manuscrita.
O vereador da Cultura da Câmara Municipal de Vila Viçosa, Joaquim Viegas, explicou hoje à agência Lusa que se trata de "uma obra importante, com indiscutível valor documental e literário, um dos maiores clássicos do seu tempo".
"Incompreensivelmente, esta obra nunca chegou a ser impressa", observou.
O autarca assinalou ainda que "O Parnaso de Vila Viçosa", apesar de não ser uma obra muito conhecida, contém uma "riquíssima antologia de poesia maneirista e barroca" e constitui "um foco iluminador" da sociedade Ducal Brigantina e da vida e poesia de Vila Viçosa seiscentista.
Christopher Lund, responsável pelo estudo e transcrição de textos em verso e prosa de "O Parnaso de Vila Viçosa", é professor na Universidade norte-americana Brigham Youngautor (Provo, no estado de Utah) e autor um trabalho que contribuiu para enriquecer a historiografia literária portuguesa, com especial relevância para as ligações com a história e a literatura de Vila Viçosa.
Apreciador da literatura portuguesa barroca, Lund, que já editou nos Estados Unidos um catálogo relativo à colecção de manuscritos portugueses, faz no seu estudo transcrições anotadas e comentadas da obra de Francisco Morais Sardinha.
"O Parnaso de Vila Viçosa" inclui um relato circunstanciado do "ambiente invulgar de erudição intelectual e de requinte artístico e cultural" da sociedade Ducal Brigantina.
A obra retrata a "corte de aldeia" que se desenvolveu em torno da casa ducal dos Braganças nos finais do século XVI e primeiros decénios do século XVII, em plena dinastia filipina (1580-1640).
A conferência "O Parnaso de Vila Viçosa" começa às 15:00, no Cine Teatro Florbela Espanca, em Vila Viçosa.