Cancelado festival de música de Glastonbury, no Reino Unido

por Lusa

A edição deste ano do festival de música de Glastonbury, que deveria decorrer no final de junho e se realiza anualmente desde 1970, em Inglaterra, foi cancelada, devido à pandemia da Covid-19, anunciou hoje a organização.

"Lamentamos muito anunciar isto, mas vamos ter de cancelar Glastonbury 2020. Os bilhetes para este ano são válidos no próximo ano", lê-se numa publicação partilhada na conta oficial do festival no Twitter.

A edição deste ano, que deveria decorrer entre 24 e 28 de junho e tinha confirmados artistas como Kendrick Lamar, Taylor Swift e Paul McCartney, seria de celebração dos 50 anos do festival.

"Seguindo as novas medidas anunciadas esta semana pelo governo [britânico] - e em tempos de incerteza sem precedentes - esta é a nossa única opção viável", refere a organização, num comunicado publicado no site oficial do festival.

Salientando esperar que "a situação no Reino Unido tenha melhorado muitíssimo até ao final de junho", a organização refere que "mesmo que isso aconteça", "não é possível passar os próximos três meses com milhares de trabalhadores na quinta [onde decorre o festival], a ajudar na construção das infraestruturas e atrações necessárias para acolher mais de 20 mil pessoas temporariamente".

A organização pede "sinceras desculpas" aos 135 mil que já fizeram depósitos para assegurarem um bilhete para Glastonbury 2020, recordando que "os pagamentos venciam no início de abril" e que "era necessário tomar uma decisão antes disso".

"Sabemos que nem sempre é fácil assegurar um bilhete para o festival, por isso oferecemos às pessoas a passagem do depósito para 2021, garantindo assim a oportunidade de comprarem um bilhete para a edição do próximo ano", explica a organização.

Quem preferir receber o dinheiro do depósito, "poderá contactar a [plataforma de bilhética] See Tickets" nos próximos dias e "esta opção mantém-se válida até setembro".

Glastonbury é um dos maiores festivais de verão do mundo.

Em Portugal, há vários grandes festivais programados a partir de junho, entre os quais, Primavera Sound (junho), no Porto, Rock in Rio Lisboa (junho), Alive (julho), em Oeiras, Super Bock Super Rock (julho), em Sesimbra, Sudoeste (agosto), em Odemira, e Paredes de Coura (agosto).

O primeiro na agenda portuguesa é o Primavera Sound do Porto, que decorre entre 11 e 13 de junho.

A organização publicou na segunda-feira uma mensagem nas redes sociais do festival, na qual explica estar "a estudar todas as possibilidades para que o festival se realize este ano".

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram. Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira, dia em que se registou a primeira morte no país. Hoje foi anunciada a segunda.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião do Conselho de Estado para hoje, para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.

Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

O Governo também anunciou o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham de se deslocar por razões profissionais.

O Governo declarou hoje estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

 

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