A Câmara de Carregal do Sal vai abrir novamente um concurso para a requalificação e musealização da Casa do Passal, após um reajuste do valor para cerca de 1,8 milhões de euros, disse hoje o seu presidente.
Paulo Catalino lembrou que os dois primeiros concursos para a requalificação da casa que pertenceu ao cônsul Aristides de Sousa Mendes, situada em Cabanas de Viriato, "ficaram vazios" e havia a possibilidade de fazer ajuste direto.
Segundo o autarca, foram consultadas três empresas com a intenção de começar as obras ainda no primeiro semestre deste ano, mas "isso não foi possível".
"Tivemos que fazer um novo reajuste do projeto. Os projetistas fizeram a revisão, não só do projeto, mas dos preços", contou Paulo Catalino, acrescentando que a autarquia falou com a Direção Regional de Cultura do Centro e com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e haverá, "no dia 16, novo concurso para a adjudicação da obra".
O valor inicial era de 1,3 milhões de euros, passou para 1,5 milhões de euros e atualmente está nos 1,8 milhões de euros.
"Acreditamos que, desta forma, vamos conseguir ter agora a possibilidade de alguém ir à obra, até porque as empresas que nós consultámos fizeram também já a sua própria revisão de preços", contou.
Paulo Catalino disse ter tido a garantia, da parte da CCDR e da Direção Regional da Cultura do Centro, de que também haverá reajustamento do apoio comunitário.
"Não é uma obra regional, é uma obra nacional e internacional, portanto, estamos todos envolvidos no mesmo princípio. Acredito sinceramente que vamos conseguir desta vez arrancar definitivamente com as obras da Casa do Passal e do seu museu", sublinhou.
A obra terá de estar concluída até final de junho de 2023, mas as empresas consultadas disseram "que estão em condições de conseguir garantir os prazos", acrescentou.
Declarada Monumento Nacional em 2011, a antiga residência de Aristides de Sousa Mendes foi lugar de acolhimento de muitos refugiados salvos pelo diplomata e é considerada um espaço de relevância cultural, social e histórica de Portugal.
Depois de ter estado fechada ao público quase 50 anos, a Casa do Passal sofreu uma intervenção nas paredes exteriores e cobertura, em 2014.