O artista colombiano Fernando Botero, 78 anos, inaugura hoje uma exposição em Washington, EUA, com cerca de 80 pinturas e desenhos que denunciam os actos de tortura cometidos contra prisioneiros em Abu Ghraib, no Iraque.
Sem perder o traço característico de representação de figuras humanas em grandes proporções, Botero pintou 79 obras que retratam prisioneiros nus, atados, vendados, encapuzados, com ferimentos e a serem espancados.
Botero fez estes quadros em 2005, depois de terem sido denunciados os casos de tortura de prisioneiros no Iraque por militares norte-americanos, mas só agora serão expostos pela primeira vez num museu dos Estados Unidos, o American University Museum.
Sublinhando que esta sua obra não é política, Botero afirmou segunda-feira num encontro com jornalistas que apenas quis descarregar a raiva que sentiu perante um comportamento "inaceitável" da administração norte-americana.
"Apenas quis passar os meus sentimentos para a tela. Não fui um profeta, mas um artista que procurou libertar a sua raiva", sublinhou o pintor.
A exposição de Fernando Botero é uma das três mostras que hoje são inauguradas naquele museu sob o título "Arte do confronto". As outras duas integram obras de arte de 19 artistas fundadoras do movimento feminista na arte no Estados Unidos e quadros do pintor Irving Norman.