BE critica "triste imagem" de Marcelo como "figurante no comício de Bolsonaro"

por Lusa

O líder parlamentar do BE criticou hoje a "triste imagem" de Marcelo Rebelo de Sousa como "figurante no comício de Bolsonaro", mostrando-se incomodado com um Presidente da República "que não se dá ao respeito" que Portugal merece.

"Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente de Portugal, foi figurante no comício de Bolsonaro em que se transformou a cerimónia de comemoração dos 200 anos da independência do Brasil. Triste imagem de Marcelo e triste imagem que transmitiu de Portugal", criticou Pedro Filipe Soares numa publicação na rede social Twitter.

De acordo com o dirigente bloquista, "depois de um discurso machista e insultuoso de Bolsonaro, Marcelo Rebelo de Sousa ainda teve de ceder lugar a um empresário".

"No fim, Marcelo disse que não ficou incomodado. Eu fiquei bastante incomodado com um Presidente que não se dá ao respeito que o país que representa merece", lamentou.

Na quarta-feira, o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que estava no Brasil "num gesto histórico" e negou desconforto por ter assistido ao desfile cívico-militar do 07 de Setembro ao lado de Jair Bolsonaro.

Esta publicação de Pedro Filipe Soares é acompanhada de uma fotografia da tribuna deste desfile na qual Marcelo Rebelo de Sousa aparece ao lado de Jair Bolsonaro, que segura uma bandeira brasileira cujo centro foi alterado para colocar a imagem de um bebé e onde se pode ler "Brasil sem aborto, Brasil sem drogas".

Em declarações à comunicação social na quarta-feira em Brasília, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "de onde estava não ouvia" as palavras de ordem que foram gritadas pela multidão em apoio ao Presidente do Brasil e contra Lula da Silva, seu adversário na campanha em curso para a eleição presidencial de 02 de outubro.

Questionado se estava confortável por ter estado nesta cerimónia, o Presidente português respondeu: "Sim, sim".

"Eu estou aqui para representar Portugal num momento histórico, fosse qual fosse o Presidente. As pessoas têm de perceber o seguinte: a campanha eleitoral dura X tempo, o mandato do Presidente dura muito mais e a História de 200 anos dura muito mais. E o que fica para a História é que Portugal esteve presente num momento histórico", declarou.

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