Até à data, a obra era atribuída a um aluno do reconhecido pintor holandês, que morreu em Amesterdão a 04 de outubro de 1669.

A fundação The National Trust, que tem a missão de preservar os locais e as obras de interesse público no Reino Unido, recebeu o quadro em 2010, através da herança da mulher de um colecionador de arte britânico.

O perito holandês Ernst van de Wetering, especialista na obra de Rembrandt, autenticou o auto-retrato realizado e assinado pelo artista em 1635, então com 29 anos, segundo indicou a fundação.

Em 1968, um outro especialista na obra de Rembrandt, Horst Gerson, sugeriu que esta obra teria sido assinada por um dos alunos do mestre holandês.

No mesmo ano, o projeto dedicado à investigação da obra de Rembrandt (the Rembrandt Research Project) também estudou o quadro, corroborando a versão do perito.

"Durante os últimos 45 anos, tivemos a oportunidade de adquirir um conhecimento mais profundo sobre os auto-retratos de Rembrandt e as suas variações de estilo", afirmou Ernst van de Wetering, atual presidente do programa the Rembrandt Research Project.

"Rembrandt foi um dos maiores artistas da idade de ouro holandesa. Realizou um número considerável de auto-retratos ao longo da sua carreira" e "este retrato é de hoje em diante uma das obras de arte mais importantes e é o único Rembrandt da coleção da National Trust que integra 13.500 quadros", congratulou-se David Taylor, o conservador dos quadros e esculturas da fundação britânica.

Apesar de ter sido avaliado em vários milhões de euros, o quadro não será vendido, precisou a fundação, que sublinhou que irá preservar a obra em nome da nação britânica.

O quadro, que pertenceu a vários príncipes do Liechtenstein, estava exposto desde 2010 na abadia de Buckland na localidade de Devon (sudoeste de Inglaterra).

A obra será agora submetida a exames mais minuciosos, incluindo radiografias, análises aos pigmentos da pintura e testes infravermelhos.