Nova Iorque, 22 out (Lusa) - A artista portuguesa Beatriz Albuquerque recebeu o prémio de Arte Myers, da Universidade de Columbia, com a obra de arte "Action Game", que está em exibição a partir de hoje, até 14 de novembro, na galeria Macy, em Nova Iorque.
A Competição de Arte Myers, organizada desde 2010, coloca um desafio a estudantes de arte, que deve ser resolvido no seu trabalho. As peças são depois avaliadas por um júri de professores, artistas e alunos, que escolhe dez vencedores, cujas peças passam a fazer parte da coleção.
"Este prémio é importante porque incentiva, de várias formas, a criação artística e performativa. Fazer parte de uma coleção, de um acervo que é continuamente mostrado em várias exposições, faz com que esta peça artística, performativa e interativa, seja vista e manuseada por um público variado", explicou a artista à agência Lusa.
Beatriz Albuquerque diz que a sua peça é um jogo de roleta, com objetos impressos e moldados em três dimensões, como uma arma de cerâmica ou uma bala gigante. No final, os participantes usam uma pistola para escolher quem joga a seguir ou que oferece como prémio.
"A ideia para esta peça surgiu com o filme `The Deer Hunter` [`O caçador`, de Michael Cimino], de 1978, que me trouxe uma metáfora de como resolver uma questão através do uso de um jogo macabro, que é a roleta russa. Tendo isto como partida, comecei a explorar as diversas interpretações dos objetos em si - revolver e única bala -, e em diferentes médiuns, assim como a introdução de diretrizes que proporcionam a qualquer pessoa do público ser o `performer`, o facilitador da ação", explicou Albuquerque.
A 06 e 08 de novembro, a artista apresenta, no ArtCenter/South Florida, em Miami, uma variação do projeto "Crise na Fortuna", que recebeu o Prémio Revelação da 17.ª Bienal de Cerveira, no ano passado.
Beatriz Albuquerque, de 34 anos, mudou-se para os Estados Unidos em 2005, impulsionada pela entrada no "Independent Performance Group", da artista de origem sérvia Marina Abramovic, protagonista de um vídeo que se tornou viral no início do ano, no qual reencontrava um ex-companheiro que não via há quase um quarto de século, e com quem Beatriz tinha estudado na Alemanha.
Nos Estados Unidos a artista portuguesa fez um mestrado no Art Institute de Chicago e termina agora o seu doutoramento em Novos Media, na Universidade de Columbia.
Ao longo da carreira, Beatriz Albuquerque já recebeu o prémio Myers, da Universidade de Columbia, e o prémio Ambient Series Performance, do Festival de Performance Edge.
Em 2011, a revista especializada "Flash Art 281" indicou-a como uma das 100 artistas de todo o mundo mais relevantes, com menos de 45 anos.
O trabalho de Beatriz Albuquerque já foi mostrado em vários países como o Brasil, Turquia e Colômbia.