São Paulo, Brasil, 06 Nov (Lusa) - O artista português Vasco Araújo, 33 anos, apresentará este fim de semana uma performance, na Bienal de Artes de São Paulo, patente ao público até o dia 06 de Dezembro.
"É fantástico como artista plástico estar presente num evento como este com um tema que propõe o reposicionamento da própria bienal", disse à agência Lusa o artista, referindo-se ao tema "Em Vivo Contacto".
A performance "Some Enchanted Evening" inclui seis homens musculados de sunga negra que carregam o artista, vestido com uma longa saia branca e a cantar, como num cortejo fúnebre, numa duração de 3,5 minutos.
"Sinto-me lisonjeado em participar com uma performance num grande evento que não está massivo e que permite ver peças e pensar em arte, não sendo um catálogo como costumam ser as bienais", disse.
"O número e o tipo de peças permitem ao público usufruir melhor, além do facto de que para cada peça há um monitor a explicar, o que é importante porque arte contemporânea, por vezes, cria uma distância muito grande do público", afirmou.
Vasco Araújo participou quarta-feira do ciclo de conferências da Bienal de São Paulo, "Conversas com Artistas", onde apresentou alguns trabalhos realizados nos últimos anos, como vídeos, esculturas e instalações.
Dentre as obras apresentadas estão os vídeos "Duettino" (2001), "A Rapariga do Oeste Dourado" (2004), "Far de Donna" (2005), "O Jardim" (2005) e "Eco" (2008), além da instalação "O que eu fui" (2006), com fotografias de estátuas de vários jardins.
O artista apresentou ainda as instalações "Protocolo" (2003), baseada na história do primeiro transexual da Europa, "Dilema" (2004), sobre o código dos leques, e "O Amante" (2004), desenhos a lápis de vasos gregos e romanos.
Com obras de 42 artistas de 22 países, a 28a edição da Bienal de São Paulo mostra também um trabalho inédito da artista portuguesa Ângela Ferreira.
Nascida em Maputo, Ângela Ferreira apresenta a instalação "For Mozambique model #3", uma espécie de quiosque de propaganda, tela e plataforma de caixas de som que celebram uma utopia pós-independência.
Na semana passada, a artista portuguesa Helena Almeida e a comissária Isabel Carlos também participaram do ciclo de palestra "Conversa com Artista".
A edição deste ano da Bienal de São Paulo tem como objectivo propor ao público uma reflexão sobre o modelo e a cultura das grandes mostras internacionais de arte, com um ciclo de palestras "Bienais do Mundo".
Um dos ambientes da mostra apresenta centenas de catálogos enviados por mais de 200 exposições internacionais de arte, a pedido da Bienal de São Paulo.
MAN.
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