Artista Madalena Éme exibe "Derradeira condição humana" no Museu de Arte Popular

por Lusa

Lisboa, 04 jul (Lusa) - A artista Madalena Éme inaugura, a 12 de julho, no Museu de Arte Popular, em Lisboa, a exposição "Derradeira Condição Humana", que aborda os conceitos de tábua rasa, do real e da passagem do tempo, anunciou hoje a organização.

De acordo com Sérgio Parreira, responsável do Projeto Travessa da Ermida que está a apresentar, desde novembro de 2013, um ciclo de exposições de arte contemporânea no Museu de Arte Popular (MAP), a exposição ficará patente entre 13 de julho e 07 de setembro.

A exposição "A Derradeira Condição" é composta por três peças, cada uma delas funcionando como uma instalação autónoma embora indissociáveis do todo, segundo a organização.

As peças - denominadas "Inocência", "Sedução" e "Trauma" - foram criadas com materiais como o tecido, a linha, a madeira, o gesso e a fibra de vidro.

Os títulos das obras fazem um percurso que a autora considera inerente à condição humana, começando pela infância ("Inocência"), "onde a falta de maturidade não permite experienciar as potencialidades do mundo envolvente, passando por uma busca pelo real (`Sedução`), terminando com um corpo inerte sobre uma cadeira (`Trauma`) revelando, deste modo, a incapacidade do Homem de se desvincular de conceitos socialmente pré-estabelecidos", segundo um texto de Sérgio Parreira.

Nascida nas Caldas da Rainha em 1986, Madalena Éme é licenciada e mestre em Artes Plásticas, pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD).

As suas áreas de especialização e domínios técnicos abrangem o desenho, escultura (utilizando habitualmente o gesso, fibra de vidro, madeira, metal, mixmedia), fotografia digital, gravura, serigrafia e vídeo arte.

Nesta exposição, a artista trabalhou num tema que tem vindo a abordar ao longo do percurso artístico: a construção e manipulação do indivíduo.

Para trabalhar este tema alicerçou-se em diversos conceitos e diferentes suportes, como o conceito de tábua rasa de John Lock, a ideologia de Hall Foster para abordar o real e os textos de André Comte-Sponville na reflexão do tempo e das marcas da sua passagem.

Sobre essas marcas da passagem do tempo, são as cadeiras que usa na instalação, que apresenta no MAP, que simbolizam o período necessário para a aprendizagem e manipulação do sujeito.

O Projeto Travessa da Ermida tem vindo a apresentar exposições de artistas contemporâneos portugueses e estrangeiros na capela Ermida de Nossa Senhora da Conceição, templo do século XVIII situado na zona de Belém, e também tem realizado parcerias com outras entidades.

Uma dessas entidades é o MAP, que neste ciclo já recebeu os artistas Vasco Araújo, Pedro Valdez Cardoso e Ana Pérez-Quiroga.

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