Mick Jagger disse aos cubanos que "os tempos estão a mudar" para os lados de Havana.
O momento histórico do Rock n' Roll após a primeira atuação ao vivo dos Rolling Stones em Cuba: depois de Barack Obama ter pisado solo cubano, passados poucos dias foram os Stones a dar música, da boa, às famílias cubanas.
Um dos momentos altos do concerto gratuito foi protagonizado pelo consagrado Mick Jagger quando anunciou, em espanhol, novos tempos para o país de Fidel e Raul Castro.
As coisas mudam em Cuba, a música dá uma ajuda preciosa depois de o país ter banido o `rock` durante décadas.
Depois da visita de Obama será difícl manter tudo na mesma, mas após o concerto dos "velhinhos" Stones há novos horizontes que se vislumbram nas exigências futuras - não só culturais - do povo cubano.
A banda atuou no complexo desportivo de Havana, que tem capacidade para 450 mil pessoas e ficou completamente cheio, havendo ainda centenas nas imediações do recinto, incluindo em telhados, a partir de onde podiam ver o concerto.
E, se mais de meio milhão de pessoas vibraram e viram Mick Jagger dizer que "os tempos estão a mudar verdadeiramente", em Cuba, palavras que entusiasmaram o público, não foi menor o entusiamo do grupo inglês que, na sua página do Facebook, fala de "uma noite incrível e inesquecível". Até o alinhamento das músicas ficou para a posteridade. Jumping Jack Flas abriu o "show" em Cuba e duas marcantes músicas terminaram o concerto histórico, Can't always get e Satisfaction.
Foto: Dave Hogan
Na assistência, a ansiedade era enorme e algo contagiante: "Estou aqui desde as oito da manhã porque este concerto é histórico, vai marcar a história mundial, não apenas Cuba", disse à AFP Meiden Betsy, um estudante cubano.
"Nunca imaginei que os poderia ver aqui um dia [aos Rolling Stones], nunca mesmo", afirmou Alexander Chacon, jardineiro.
Miguel Garcia, de 62 anos, disse à agência, ainda antes de o concerto começar, que sabia que se ia emocionar e chorar durante o espetáculo.
Este concerto de Havana foi incluído à última hora na digressão que os Rolling Stones estão a fazer na América Latina.
Um palco de 80 metros de comprimento e sete ecrãs gigantes foram instalados na Ciudad Deportiva, o complexo inaugurado em 1959.
A noite histórica dos "roqueiros durões e selvagens do Reino Unido" deixa antever mais ventos de mudança no regime cubano, o mesmo que baniu o rock do país por o regime de Fidel Castro o considerar uma expressão musical ligada ao imperialismo. No entanto, ao longo dos últimos 30 anos, o rock foi sendo gradualmente permitido.