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Apatossauro Vulcain. Maior esqueleto de dinossauro vendido em leilão rende seis milhões de euros

por Carla Quirino - RTP
Michel Stoupak / NurPhoto via AFP

O esqueleto de um dinossauro de 22 metros de comprimento arrecadou, no último fim de semana, seis milhões de euros, reportou a casa de leilões francesa Collin du Bocage e Barbarossa. Batizado com o nome Vulcain, este apatossauro viveu há 150 milhões e foi descoberto em 2018 nos Estados Unidos. É o maior esqueleto do género alguma vez vendido.

O comprador é um colecionador francês que deseja permanecer anónimo.

Pagou seis milhões de euros pelo esqueleto do herbívoro gigante e comprometeu-se a permitir que o fóssil seja exibido num museu. Gérard Raynaud, representante do comprador, garante que o Vulcain ficará num “museu francês de preferência ou na Bélgica".

"Estamos felizes que o comprador pretenda emprestá-lo a uma instituição”, acrescentou Olivier Collin du Bocage, da leiloeira.

Sob o contrato de venda, o futuro proprietário compromete-se também a dar aos paleontólogos acesso ao dinossauro para estudá-lo, disse a casa de leilões Collin du Bocage e Barbarossa.

A casa de leilões confirmou que foi “o maior dinossauro já alguma vez vendido em leilão em todo o mundo”.
Apatossauro Vulcain
O fóssil do gigante herbífero é composto de 75 a 80 por cento dos ossos originais. Mede 22 metros de comprimento e quatro metros de altura.

Circulou na Terra há cerca de 150 milhões de anos, fazendo parte das grandes criaturas do período Jurássico.

De acordo com Éric Mickeler, especialista em paleontologia e ex-consultor da Sotheby's, as características deste apatossauro fazem dele uma peça rara. 

“O Vulcain é extremamente completo, com mais de 306 ossos originais, ou seja, cerca de 80-85% do esqueleto, bem como metade do crânio, um fato notável, já que os ossos do crânio raramente se fossilizam”, explicou Mickeler.

“Os ossos, felizmente, não se separaram e estão nos lugares”, sublinhou o palentólogo.
De Wyoming para Paris
Vulcain foi descoberto no Estado norte-americano do Wyoming, em 2018, e as escavações foram financiadas por um investidor francês. O herbífero jurássico foi então restaurado durante dois anos no Laboratório Paleomoove em Luberon, antes de ser exibido no castelo de Dampierre-en-Yvelines (Yvelines).


O leilão marcado para sábado passado estimou que o valor de Vulcain ficasse entre três a cinco milhões de euros. A venda foi de 4,7 milhões de euros, subindo para seis milhões, incluindo os custos.

O interesse por leiloar fósseis de dinossauros tem estado a crescer perante o aumento de compradores privados. Ainda este ano, em julho, um estegosauro conhecido por Apex foi vendido na Sotheby's, em Nova Iorque, e arrecadou um valor histórico de 44,6 milhões de dólares (42,32 milhões de euros), apesar de ter sido estimado inicialmente um valor entre 4 a 6 milhões de dólares.

Já em 2020, "Stan", um T-Rex que arrecadou 31,8 milhões de dólares e em 1997 um outro famoso T-Rex "Sue" foi vendido por 8,4 milhões de dólares.

Estes números revelam um mercado em expansão, entretanto bem estabelecido nos Estados Unidos mas gradualmente a espalhar-se pela Europa.
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