A artista belga Ana Torfs inaugura, a 11 de março, a primeira exposição individual em Portugal, intitulada "Echolalia", com instalações sobre o mundo das palavras, no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
De acordo com a Gulbenkian, a mostra, que tem curadoria de Caroline Dumalin, ficará patente até 13 junho, resultado de uma colaboração com o WIELS - Contemporary Art Centre, em Bruxelas, na Bélgica.
Nesta primeira exposição individual em Portugal, a artista belga Ana Torfs reúne quatro instalações sob um título que remete para a o termo `ecolalia`, que se refere à repetição de palavras, o `papaguear` das crianças quando aprendem a falar, mas também uma condição médica que faz repetir compulsivamente palavras e frases ditas por terceiros.
Desde o início da década de 1990 que Ana Torfs tem vindo a construir uma obra marcada pelos mundos que as palavras revelam, indo do diário de viagem de Cristóvão Colombo - em "The Parrot & the Nightingale" - aos nomes científicos em latim de vinte e cinco famílias de plantas - em "Family Plot" -, ou aos nomes comuns de vinte corantes sintéticos, em "STAIN".
Nas instalações, Ana Torfs usa vários suportes, do som, vídeo, fotografia e projeções de diapositivos, à serigrafia e à tapeçaria.
No seu trabalho, a artista "aborda, analítica e metaforicamente, questões fundamentais da representação e das suas estruturas narrativas. Nas instalações que constituem Echolalia, uma arqueologia do conhecimento desempenha um papel crucial: a forma como as coisas são nomeadas e descritas, para que seja possível compreendê-las e como, durante a sua transmissão, surgem constantemente novas constelações de palavras, imagens e sons", descreve a Gulbenkian.
Nascida em 1963, Ana Torfs vive e trabalha em Bruxelas, e participou em numerosas exposições coletivas incluindo "Parasophia", em Quioto, no Japão (2015), na 11.ª Bienal de Sharjah (2013), nos Emiratos Árabes Unidos, na Manifesta 9, em Genk, Bélgica (2012).
As suas exposições individuais incluem, entre outras, as realizadas no WIELS Contemporary Art Centre, em Bruxelas (2014), na Generali Foundation, em Viena, na Áustria (2010), na K21 Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, em Dusseldorf (2010), e no Sprengel Museum, em Hanôver (2008), duas cidades na Alemanha.