O AmadoraBD - Festival de Banda Desenhada da Amadora, que se realiza naquele concelho desde 1989, não irá realizar-se "nos moldes habituais" em 2020, devido à pandemia da covid-10, anunciou hoje a autarquia local.
"A Câmara Municipal da Amadora informa que a edição de 2020 do AmadoraBD não será realizada nos moldes habituais. Assim, todas as iniciativas que constavam da programação ficarão sem efeito, tendo por base as recomendações da Direção-Geral da Saúde e da Delegação de Saúde do Município", refere a autarquia num comunicado hoje divulgado.
A Câmara da Amadora lembra que o AmadoraBD, "um dos maiores acontecimentos no panorama cultural e artístico nacional no âmbito da banda desenhada", acolhe anualmente "mais de 30.000 visitantes, aos quais oferece a oportunidade de usufruir de um núcleo de exposições variado, de uma programação paralela diversificada, de uma área comercial consolidada e de sessões de autógrafos e apresentações com autores e agentes especializados nacionais e internacionais".
Embora não se realize nos moldes habituais, "face ao impacto da iniciativa na atividade artístico-cultural da cidade", a autarquia considera "incontornável assinalar o Amadora BD".
Tendo isso em conta, a Câmara Municipal da Amadora está a planear "uma alternativa adequada e adaptada às circunstâncias atuais, nomeadamente com a comemoração do 90.º aniversário do Mestre José Ruy, com o apoio à edição em português e a produção de banda desenhada durante o período de pandemia".
A mais recente edição do AmadoraBD, a 30.ª, realizou-se entre 24 de outubro e 03 de novembro do ano passado.
A 30.ª edição do AmadoraBD foi um momento de transição, com mudanças na direção e no modelo de programação.
O festival foi mais curto, não teve um tema central e as exposições concentraram-se todas no Fórum Luís de Camões. Houve menos prémios sobre o ano editorial e uma separação de júris para banda desenhada e ilustração.
Em janeiro do ano passado, o então diretor do festival, Nelson Dona, demitiu-se do cargo que ocupava há 20 anos, justificando que o AmadoraBD precisava de renovação.
Ligado ao festival desde a primeira edição, e diretor desde 1999, Nelson Dona explicou que saiu da direção também por razões pessoais e por "não estar disponível para trabalhar nas mesmas condições".