A estilista Coco Chanel foi agente dos nazis

por RTP
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As suspeitas sobre o colaboracionismo da grande senhora da moda e dos perfumes aparecem confirmadas em documentos que revela um documentário francês.

A investigação feita para o documentário "L'ombre d'un doute" (A sombra duma dúvida") encontrou documentos do Ministério da Defesa francês que confirmam o papel de Gabrielle, vulgo "Coco", Chanel como espia por conta dos nazis durante a ocupação (1940-1944).

"Coco" tinha mesmo um contacto identificado na Gestapo, o barão Hans Gunther von Dincklage. E, segundo o diário israelita Yeditoh Aaronot, tinha um nome de código na sua função de espia: "Westminster".

Além disso, é conhecido o episódio em que a estilista invocou as leis nazis da "arianização" da propriedade para ficar com a quota maioritária dos seus sócios judeus na produção de perfumes Chanel.

"Coco" tinha-se associado em 1924 com os irmãos Pierre e Paul Wertheimer, empresários judeus que nessa sociedade se combinou ficarem com uma quota de 70 por cento nos perfumes Chanel.

Com o advento do nazismo, "Coco" dirigiu-se às autoridades alemãs protestando contra a permanência dessa quota na mão de judeus. Mas nada pôde fazer, porque os irmãos Wertheimer se tinham antecipado à aplicação das leis de arianização da propriedade e venderam a quota a um capitalista "ariano".

Depois da Guerra, "Coco" foi investigada por suspeitas de colaboracionismo, mas nenhum destes documentos viera ainda a público. As suspeitas permaneceram suspeitas, as suas relações altamente colocadas em Inglaterra (como o próprio Churchill) intervieram para que ela fosse poupada e a investigação acabou por ser inconclusiva.

Mesmo assim, ainda se retirou durante algum tempo para a Suíça, onde viveu até lhe parecer que, em França, estavam ajustadas todas as contas com as figuras de proa do colaboracionismo.
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