"A Criação do Mundo" segundo Jean d` Ormesson

por RTP
Novo livro DR

Entre texto sagrado e banda desenhada, no cruzamento entre a fábula e a filosofia, "A Criação do Mundo" é um livro que nos leva numa viagem sofisticada e provocadora aos grandes porquês da existência.

Quatro amigos - Edgar, professor de psiquiatria em Harvard, André, ministro de Miterrand e de Chirac e futuro senador, François, professor de matemática aplicada às ciências, e o narrador, escritor, - passam férias juntos, todos os anos, numa ilha do Mediterrâneo.

Desta vez, Edgar trouxe um manuscrito que lhe enviou um certo Simon Laquedem, paleógrafo e arquivista. O texto é intrigante. Os quatro amigos decidem ler, todos os dias, algumas páginas.

No seu livro, Simon Laquedam transmite uma mensagem de Deus à humanidade. Cheio de auto-ironia e consciente do seu próprio desaparecimento, Deus discorre, com humor, sobre a génese do universo, a matéria e a luz, o acaso e a necessidade, as dramaturgias do amor, do sexo, da ambição e do conhecimento.

Qual discípulo de Simone Weil, Deus explica a Simon que o mal é indispensável: Por vontade minha, e para que eles pudessem ser livres, o mal instalou-se entre mim e os homens… A Moralidade não é o meu forte.

Esta leitura quotidiana torna-se, para os quatro amigos, uma espécie de odisseia risível do espírito que provoca neles reacções diversas. Para Edgar, Simon é um louco cujos delírios lhe interessam. Para François, é um imbecil cujos pontos de vista combate com furor. André é-lhe indiferente. Rapidamente, o texto de Simon invade o tempo e o imaginário dos quatro amigos e do leitor, para quem o livro tende a substituir todas as bibliotecas, reais e imaginárias.

Jean d’Ormesson, membro da Academia Francesa, nasceu em 1925. O seu pai, embaixador, era amigo de Léon Blum. Durante a juventude, viveu na Baviera, em Munique, onde assistiu à ascensão do nazismo, em Bucareste e no Rio de Janeiro.

Em 1945, foi viver para Paris e estudou Letras Clássicas, História e Filosofia e licenciou-se em Filosofia pela École Normale Supérieure. Foi jornalista e dirigiu o Figaro entre 1974 e 1977. Foi também secretário-geral do Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas da UNESCO.

Aos 30 anos escreveu o primeiro livro, L’Amour Est un Plaisir, e em 1971 ganhou o Grande Prémio do Romance da Academia Francesa com La Gloire de l’Empire. Autor de uma vasta obra, Jean d’Ormesson é uma figura de relevo no panorama cultural e literário francês e combina elementos de autobiografia, ensaio, filosofia e ficção nos seus livros.

Jean d’Ormesson é membro da Academia Francesa, foi director do jornal Figaroentre 74 e 77 e secretário-geral do Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas da UNESCO.

Foi D’Ormesson quem propôs à Academia Francesa a candidatura de Marguerite Yourcenar, primeira mulher a conseguir este reconhecimento em França. Aos 30 anos, escreveu o primeiro livro, L’Amour Est un Plaisir, e em 1971 ganhou o Grande Prémio do Romance da Academia Francesa com La Gloire de l’Empire.

Entre texto sagrado e banda desenhada, no cruzamento entre a fábula e a filosofia, "A Criação do Mundo" é uma viagem sofisticada e provocadora aos grandes porquês da existência.

Deus, nas mãos de um grande erudito, pensa o seu futuro incerto e discorre sobre a necessidade do mal, a vontade e o dever, a felicidade, o tempo e o espaço, a luz e a eternidade.

"A Criação do Mundo" permanece desde que foi editado, em 2006, pela Rober Laffont, nos entre os primeiros lugares dos tops em França, onde os livros de D’Ormesson vendem uma média de 300 mil exemplares.

O lançamento em Portugal será no auditório do Instituto Franco-Português no próximo dia 18 de Abril.

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