É num antigo palácio lisboeta do século XIX que João Botelho, no âmbito da sua longa-metragem homónima, recria o Ramalhete, a casa da família Maia, protagonista do romance “Os Maias”, de Eça de Queirós.
Para gravar algumas cenas de “Os Maias – Alguns episódios da vida romântica”, o realizador utiliza a decoração e mobiliário da antiga casa de Veva de Lima para recriar a residência Ramalhete. Gera um cenário escuro e com escassos focos de luz, quase como uma pintura barroca.
Após ter adaptado “Livro do Desassossego”, de Fernando Pessoa, João Botelho volta a entrar na literatura portuguesa, para agora recriar um dos romances mais conhecidos de Eça de Queirós.
A semelhança da história passada na segunda metade do século XIX com a atualidade foi um dos motivos que levou João Botelho a realizar o romance. "Apeteceu-me fazer Os Maias porque é um grande texto e é atual”, explicou à agência Lusa o cineasta, considerando ainda que “os políticos são os mesmos, as situações são parecidas, os discursos são os mesmos e os portugueses são iguais".
Embora o realizador tenha utilizado o texto original de Eça de Queirós, acrescentou-lhe uma vertente próxima da ópera, uma vez que os exteriores serão filmados em estúdio, com recursos a telas gigantes, pintadas por João Queiroz. O objetivo é recriar algumas ruas em Lisboa, em particular o Chiado.
As cenas de interiores têm sido gravadas em palacetes e edifícios em Ponte de Lima, Cabeceiros de Basto e agora em Lisboa, no palácio onde viveu Veva de Lima, filha de Carlos Mayer. Por seu turno, este pertencia ao “Vencidos da Vida”, o grupo de intelectuais do qual também fez parte Eça de Queirós.
"O cinema é tentar jogar com o claro e o escuro"
Para João Botelho, o cinema tem a ver com o filmar um ponto de vista, “tentando jogar com o claro e o escuro”. Mesmo considerando as dificuldades com que se depara devido ao baixo financiamento, o realizador mantém-se otimista. “É um cinema em que não temos muito dinheiro, mas temos tempo. Não somos muito bons na ação, mas somos melhores na composição. É esse espírito que tem atravessado este filme", disse.
Dois dos protagonistas do filme são os atores Graciano Dias, como Carlos da Maia, e Pedro Inês, que encarna a personagem João da Ega. Graciano Dias, que já tinha trabalhado com João Botelho, afirmou à Lusa que sente a responsabilidade do primeiro grande papel de protagonista no cinema. A rodagem, afirma o ator, "é cheia de surpresas todos os dias, eu tenho cerca de 89 cenas, já estou a um ritmo quase de dormência, mas estou a adorar". Pedro Inês, com formação em dança clássica contemporânea, estreia-se no cinema com João Botelho. Para o ator, o realizador “é muito rigoroso quanto ao gesto e espaço”.
Do elenco fazem ainda parte João Perry, a atriz brasileira Maria Flor, Maria João Pinho, Adriano Luz, Ana Moreira, Catarina Wallenstein, Rita Blanco, Hugo Mestre Amaro, Pedro Lacerda e o barítono Jorge Vaz de Carvalho, que fará a voz de Eça de Queirós, o narrador.
Nas próximas semanas, a rodagem da longa-metragem transitará para um armazém gigante, onde estão a ser instalados os telões pintados por João Queiroz. O filme, com orçamento de 1,5 milhões de euros, tem apoio financeiro do Instituto do Cinema e Audiovisual, da RTP, da autarquia de Lisboa, do Montepio e do Brasil, país co-produtor.
A longa-metragem estrear-se-á no circuito comercial em setembro de 2014 e será também exibida em itinerância pelos auditórios municipais do país, com incidência junto do público estudantil. "É serviço público. Se recebo dinheiros públicos, tenho que fazer serviço público", disse o realizador à agência de notícias. "Os Maias" terá ainda uma versão em série televisiva, a exibir na RTP, com estreia garantida no Brasil.
Após ter adaptado “Livro do Desassossego”, de Fernando Pessoa, João Botelho volta a entrar na literatura portuguesa, para agora recriar um dos romances mais conhecidos de Eça de Queirós.
A semelhança da história passada na segunda metade do século XIX com a atualidade foi um dos motivos que levou João Botelho a realizar o romance. "Apeteceu-me fazer Os Maias porque é um grande texto e é atual”, explicou à agência Lusa o cineasta, considerando ainda que “os políticos são os mesmos, as situações são parecidas, os discursos são os mesmos e os portugueses são iguais".
Embora o realizador tenha utilizado o texto original de Eça de Queirós, acrescentou-lhe uma vertente próxima da ópera, uma vez que os exteriores serão filmados em estúdio, com recursos a telas gigantes, pintadas por João Queiroz. O objetivo é recriar algumas ruas em Lisboa, em particular o Chiado.
As cenas de interiores têm sido gravadas em palacetes e edifícios em Ponte de Lima, Cabeceiros de Basto e agora em Lisboa, no palácio onde viveu Veva de Lima, filha de Carlos Mayer. Por seu turno, este pertencia ao “Vencidos da Vida”, o grupo de intelectuais do qual também fez parte Eça de Queirós.
"O cinema é tentar jogar com o claro e o escuro"
Para João Botelho, o cinema tem a ver com o filmar um ponto de vista, “tentando jogar com o claro e o escuro”. Mesmo considerando as dificuldades com que se depara devido ao baixo financiamento, o realizador mantém-se otimista. “É um cinema em que não temos muito dinheiro, mas temos tempo. Não somos muito bons na ação, mas somos melhores na composição. É esse espírito que tem atravessado este filme", disse.
Dois dos protagonistas do filme são os atores Graciano Dias, como Carlos da Maia, e Pedro Inês, que encarna a personagem João da Ega. Graciano Dias, que já tinha trabalhado com João Botelho, afirmou à Lusa que sente a responsabilidade do primeiro grande papel de protagonista no cinema. A rodagem, afirma o ator, "é cheia de surpresas todos os dias, eu tenho cerca de 89 cenas, já estou a um ritmo quase de dormência, mas estou a adorar". Pedro Inês, com formação em dança clássica contemporânea, estreia-se no cinema com João Botelho. Para o ator, o realizador “é muito rigoroso quanto ao gesto e espaço”.
Do elenco fazem ainda parte João Perry, a atriz brasileira Maria Flor, Maria João Pinho, Adriano Luz, Ana Moreira, Catarina Wallenstein, Rita Blanco, Hugo Mestre Amaro, Pedro Lacerda e o barítono Jorge Vaz de Carvalho, que fará a voz de Eça de Queirós, o narrador.
Nas próximas semanas, a rodagem da longa-metragem transitará para um armazém gigante, onde estão a ser instalados os telões pintados por João Queiroz. O filme, com orçamento de 1,5 milhões de euros, tem apoio financeiro do Instituto do Cinema e Audiovisual, da RTP, da autarquia de Lisboa, do Montepio e do Brasil, país co-produtor.
A longa-metragem estrear-se-á no circuito comercial em setembro de 2014 e será também exibida em itinerância pelos auditórios municipais do país, com incidência junto do público estudantil. "É serviço público. Se recebo dinheiros públicos, tenho que fazer serviço público", disse o realizador à agência de notícias. "Os Maias" terá ainda uma versão em série televisiva, a exibir na RTP, com estreia garantida no Brasil.