Manuela Ferreira Leite venceu eleições no PSD

por RTP
A antiga ministra da Educação e das Finanças quer dar uma nova vida ao PSD Andre Kosters/Lusa

A candidata Manuela Ferreira foi eleita para a presidência do Partido Social-Democrata com 37,9 por cento dos votos. Pedro Passos Coelho foi o segundo candidato mais votado. Santana Lopes vai cessar funções como líder da bancada parlamentar.

Os resultados são confirmados pelo Conselho de Jurisdição Nacional do partido.

O candidato Pedro Passos Coelho registou 31 por cento dos votos, tendo ficado à frente de Pedro Santana Lopes, que obteve 29,8 por cento. Patinha Antão alcançou 0,6 por cento.

Votaram 43.983 militantes, ou seja, 43 por cento dos 70 mil inscritos.

Manuela Ferreira Leite entende que partido está a "virar a página"

"Começámos ha um mês como partido sem credibilidade e que poucos escutavam. Saímos desta campanha com o Partido Socialista a sentir necessidade de apelar aos socialistas ainda há poucos dias para cerrar fileiras", declarou a nova presidente do PSD.

No seu discurso de vitória, Ferreira Leite entende este é um "sintoma de que já estamos a virar a página e soubemos trazer para a agenda política os problemas que preocupam os portugueses. A história do PSD é isso mesmo, sempre que soube idenficar-se com os problemas do país fortaleceu-se", afirmou.

Santana Lopes vai deixar liderança de grupo parlamentar

Santana Lopes reconheceu a derrota e considerou que a antiga ministra das Finanças tem "uma legitimidade incontestável".

"Como é óbvio, cessam as minhas funções como presidente do grupo parlamentar. Estava e estou convencido que nao seria convidados e mesmo que o fosse nao aceitaria", disse Santana Lopes.

Para o actual presidente do grupo parlamentar do PSD, continuar em funções "não faz sentido absolutamente nenhum".

O candidato declarou ainda que vai fazer uma reflexão aprofundada sobre as suas relações futuras com Ferreira Leite, uma vez que o projecto que tem para Portugal "não termina aqui".

Passos Coelho considera que agora é tempo de "unidade"

O candidato Pedro Passos Coelho admitiu que este resultado não era o pretendido. “Temos de estar unidos e dar toda a força ao PSD e à direcção que vier a ser eleita em congresso para derrotar o PS", apelou.

Passos Coelho, que era apoiado por Paulo Teixeira Pinto, Ângelo Correia, Carlos Carreiras e Miguel Frasquilho, entre outros "notáveis", disse estar disponível para colaborar com o partido e com Manuela Ferreira Leite, se esta assim o entender.

"Serei leal e construtivo" com o partido e com "a presidente eleita", afirmou. “Sinto-me como alguém que deu um contributo muito forte” ao Partido Social-Democrata, acrescentou Pedro Passos Coelho.

Porque "uma batalha não é a guerra", Passos Coelho afirmou que será "o primeiro fiel depositário" das propostas apresentadas durante a campanha para as directas.

Patinha Antão oferece "lealdade institucional" ao líder eleito

O candidato Patinha Antão registou 0,6 por cento dos votos. Patinha Antão apela à vencedora para que una o partido.

Ainda antes de conhecer os resultados finais, Patinha Antão ofereceu "lealdade institucional ao candidato que for eleito e estou disponível tanto para ocupar um cargo como para ser militante de base".

Após reconhecer "uma polarização no voto útil", Patinha Antão elegeu como grande momento da sua campanha "o debate na SIC, onde os candidatos estiveram sozinhos, sem uma rede por trás".
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