O coordenador do consórcio das Termas do Centro, Adriano Barreto Ramos, considerou hoje que, em junho, estarão reunidas condições para que estas estâncias reabram ao público, ainda que com "alteração de procedimentos" devido à covid-19.
Em declarações à agência Lusa, Adriano Barreto Ramos lembrou que, na sequência da declaração do estado de emergência, as termas encerraram.
No caso das duas dezenas de estâncias que integram o consórcio Provere (Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos) Termas Centro, a maioria optou por colocar trabalhadores em `lay-off`, "para garantir os postos de trabalho".
"Que eu tenha conhecimento, não houve despedimentos, nem se prevê que venha a haver", frisou Adriano Barreto Ramos.
Numa altura em que se prevê a reabertura gradual de empresas e serviços, o responsável considerou que "as termas, pelas suas características, provavelmente não estarão entre os primeiros equipamentos a abrir".
"Mas acredito que no princípio de junho já poderá haver termas a funcionar, adaptadas ao tempo que vivemos, ou seja, com as pessoas mais espaçadas e ainda mais cuidado com a desinfeção, não só dos equipamentos, mas das próprias pessoas, como fizemos quando foi da gripe A", explicou.
Segundo Adriano Barreto Ramos, os trabalhadores das termas já estão muito habituados ao uso regular de máscara e à constante desinfeção das mãos e "o cidadão comum, que vai às termas e a outros lados, está agora muito mais sensível para esta necessidade do que quando houve gripe A".
As estâncias termais que pertencem ao Provere Termas Centro representam 60% do mercado nacional.
O coordenador contou que, mesmo antes de as termas terem encerrado, muitos clientes já estavam preocupados.
"Neste momento, acredito que as pessoas estão todas com vontade de voltar à atividade, não só nós, concessionários, mas também os próprios clientes que nos ligam", realçou.
Adriano Barreto Ramos lembrou que o consórcio tem patrocinado estudos com a Universidade da Beira Interior (Covilhã) e de Coimbra e que um deles, sobre a rinossinusite crónica (ainda em curso), "já mostrou que as pessoas que fazem tratamentos termais melhoram significativamente a sua capacidade de resistência a determinado tipo de doenças".
No seu entender, as termas devem reforçar, junto dos clientes, a mensagem de que os tratamentos termais não servem apenas para a cura, mas também para a prevenção.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 137 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 450 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 629 pessoas das 18.841 registadas como infetadas.