O primeiro-ministro português, António Costa, apelou hoje ao cumprimento "com muito rigor" de todas as normas de segurança e saúde contra a covid-19 para evitar a possibilidade de as fronteiras entre Portugal e Espanha voltarem a fechar.
"A última coisa que podemos pensar é termos de voltar de novo ao fecho da fronteira e da atividade económica. Temos de tentar evitá-lo e cumprir com muito rigor todas as normas de segurança e saúde", disse António Costa em declarações à Rádio Nacional de Espanha.
Para o chefe do Governo português, até haver "uma vacina com um tratamento eficaz" é necessário que todos tenham presente "o risco da covid-19", a doença provocada pelo novo coronavírus.
Os chefes de Estado e de Governo de Portugal e de Espanha vão juntar-se hoje, a partir das 09:30, para assinalar a reabertura da fronteira entre os dois países com cerimónias ao mais alto nível em Badajoz e Elvas.
Devido à pandemia de covid-19, por decisão conjunta, a fronteira luso-espanhola foi encerrada às 23:00 de 16 de março (00:00 de dia 17 em Espanha), com pontos de passagem exclusivamente destinados ao transporte de mercadorias e a trabalhadores transfronteiriços, e reabriu às 23:00 desta terça-feira, (00:00 de hoje em Espanha).
As autoridades dos dois países ibéricos quiseram conferir especial simbolismo político a esta reabertura e organizaram cerimónias durante a manhã de hoje, nos dois lados da fronteira, com a participação do Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, do rei de Espanha, Felipe VI, do primeiro-ministro português, António Costa, e do chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez.
De acordo com o programa oficial divulgado, realizar-se-á primeiro uma cerimónia no Museu Arqueológico de Badajoz, pelas 09:30 de Portugal (10:30 em Espanha), em que serão executados os hinos dos dois países e haverá uma fotografia de família. Quinze minutos mais tarde, decorrerá uma cerimónia semelhante, no Castelo de Elvas, no distrito de Portalegre.
Espanha foi um dos países mais atingidos pela pandemia de covid-19, doença provocada por um novo coronavírus detetado em dezembro do ano passado no centro da China, e soma mais de 28 mil mortes, num total de cerca de 250 mil casos de infeção contabilizados.
Nas últimas semanas, o número de novas infeções e de mortes reportados baixou significativamente. De segunda para terça-feira, registaram-se em Espanha mais nove mortes e 99 novos casos, de acordo com o Ministério da Saúde espanhol.
Nas mesmas 24 horas, Portugal registou mais oito mortes e mais 229 infetados, totalizando agora 1.576 óbitos e um total de 42.141 casos de infeção contabilizados, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
A nível mundial, a pandemia de covid-19 já provocou quase 507 mil mortos e infetou mais de 10,37 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.