Ordem dos Médicos acusa Costa de falta de defesa pública "enfática" dos médicos
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, acusa o primeiro-ministro de não ter revelado uma "mensagem de retratamento" tão "enfática" aos jornalistas como a que transmitiu na reunião que tiveram em São Bento.
No entanto, Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, acusa agora o primeiro-ministro de não ter sido “fiel” ao teor da conversa que mantiveram na terça-feira, quando falou aos jornalistas após o encontro.
Numa carta enviada aos colegas da Ordem dos Médicos esta quarta-feira, a que a RTP teve acesso, Miguel Guimarães considera que António Costa não transmitiu “integralmente e fielmente aquilo que minutos antes tinha reconhecido à Ordem dos Médicos” aos jornalistas.
O bastonário escreve que o primeiro-ministro reconheceu durante a reunião “que os médicos cumpriram a sua missão no lar de Reguengos de Monsaraz e em todo o país” e que as declarações à margem de uma entrevista ao jornal Expresso, onde Costa apelidou os médicos de “cobardes”, “não correspondem ao que pensa sobre os médicos”. “O próprio Primeiro-Ministro reconheceu que as palavras proferidas na entrevista eram contraditórias com o seu pensamento sobre os médicos”, acrescenta a carta.
No entanto, durante a conferência de imprensa que se seguiu ao encontro, a Ordem dos Médicos acusa o primeiro-ministro de não ter manifestado publicamente o seu apreço pelos médicos portugueses “da mesma forma enfática que aconteceu na reunião”.
O bastonário escreve ainda que não foi possível esclarecer “que o apoio continuado aos lares não pode ser atribuído aos médicos de família, da forma cega que o Primeiro-Ministro a expressou”, pois não teve oportunidade de voltar a falar depois de António Costa.
No final da reunião de terça-feira, António Costa afirmou que foi uma conversa útil para esclarecer todos os mal entendidos. A Ordem dos Médicos, por sua vez, sublinha que “foi perentória na necessidade de o Primeiro-Ministro assumir uma postura diferente para com os médicos e reconhecer o seu papel meritório e insubstituível em todo o decorrer da resposta à COVID-19”.