Municípios querem apoio financeiro para combaterem crise pós-pandemia

por Lusa
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Os municípios defendem mecanismos de apoio financeiro às autarquias para suportarem as medidas já avançadas para fazer face à pandemia e para que possam continuar a ter "um papel crucial na retoma dos seus territórios".

É essencial "a criação de mecanismos de apoio financeiro às autarquias locais, com o intuito de, por um lado, dar cobertura financeira às medidas já avançadas pelas autarquias e, por outro, permitir que estas continuem a desempenhar um papel crucial na retoma dos seus territórios", afirma Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) num documento enviado ao Governo.

No documento, intitulado "Pandemia Covid-19. A importância da participação dos municípios na resposta à crise", a que a agência Lusa teve acesso, a ANMP dá conta designadamente do trabalho que os municípios têm desenvolvido para enfrentar a pandemia e aponta "eixos fundamentais" para assegurar "a retoma económica e social em Portugal".

A Associação de Municípios também pediu uma audiência ao primeiro-ministro, pois é "indispensável e urgente" dialogar com o Governo, no sentido de abrir, "de imediato, o debate e a análise das medidas de apoio às populações e às empresas", sublinha.

"A ação dos municípios será determinante para que possamos ultrapassar a atual situação de crise e para assegurarmos a retoma económica e social em Portugal", sustenta a ANMP.

Para isso, "no âmbito das políticas a implementar", a Associação de Municípios aponta como "eixos fundamentais", a "sustentabilidade das finanças locais", a "intervenção municipal no apoio às atividades económicas e na resposta social" e a "dinamização da economia, com o investimento municipal".

O impacto da pandemia é "enorme", e, "ao nível das finanças locais, confirmam-se os riscos de agravamento da situação financeira, podendo alguns municípios atingir situações críticas em termos orçamentais e de tesouraria", alerta a ANMP, "sendo certo que a situação se irá agravar".

Por isso, destaca, "é de todo indispensável encontrar soluções que não comprometam todo o esforço de consolidação orçamental feito até aqui, nem a capacidade de os municípios continuarem a apoiar as suas populações e os seus territórios".

Trata-se de "uma situação de exceção, que impõe uma resposta de exceção", sendo "indispensável" que "o pacote de apoios e medidas que está a ser construído para a recuperação da situação económico-social (a nível nacional e europeu) não ignore as autarquias", sustenta a Associação liderada por Manuel Machado, que também é presidente da Câmara de Coimbra.

No plano do "apoio à recuperação económica e resposta social", a ANMP preconiza, designadamente, "a consagração de outras medidas de apoio que possam propiciar a manutenção dos empregos e a sustentabilidade das famílias".

Os municípios, reafirma a ANMP, "estão absolutamente disponíveis e empenhados no desempenho de um papel ainda mais participativo na recuperação do país, colaborando com o Estado na missão de fazer chegar às pessoas e às empresas os apoios que são indispensáveis à sua vivência e à retoma económica".

Torna-se "urgente", assim, "a mobilização e a articulação de todos os níveis de administração - nacional, regional e local - para este esforço que tem de ser de todos".

São necessários "apoios financeiros do Estado que garantam o equilíbrio e a sustentabilidade das finanças locais", mecanismos, medidas e programas que "permitam uma maior intervenção dos municípios na prestação dos apoios às pessoas em situação de vulnerabilidade e às micro e pequenas empresas" e "um regime transitório que permita agilizar a contratação pública e tornar mais célere a execução dos investimentos municipais", sintetiza a Associação de Municípios.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 263 mil mortos e infetou cerca de 3,7 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Em Portugal, morreram 1.105 pessoas das 26.715 confirmadas como infetadas, e há 2.258 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

 

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