O administrador municipal de Díli disse hoje à Lusa ter dado orientações para limitar grandes concentrações de pessoas em qualquer tipo de evento, incluindo velórios e funerais, como medida preventiva da covid-19.
Apesar disso, Gaspar Soares disse que as autoridades municipais não receberam ainda qualquer informação oficial do Governo relativamente a quaisquer medidas restritivas ou outras.
"Até agora ainda não recebemos instruções, mas a Autoridade Municipal já deu orientações para se evitarem concentrações com muita gente para prevenir o coronavírus", disse.
"Demos essas instruções aos chefes de `suco` [freguesias], de aldeias e aos diretores para limitarem esses encontros", afirmou.
Soares disse que as medidas se aplicavam também a outras concentrações como velórios e funerais, tendo no fim de semana havido pelo menos um velório no centro da capital onde esteve um largo número de pessoas.
"Já falei também com os diretores para cerimónias como funerais, para que façam um ajustamento perante a situação. Num lugar com concentração de população há muitos riscos de espalhar este vírus", disse.
Sobre alegados constrangimentos nos mercados de venda de fruta e verduras, Gaspar Soares sublinhou que "até agora não há qualquer instrução ou orientação para fechar os mercados. É importante que mercados continuem a funcionar para as pessoas poderem comprar alimentos".
Várias empresas, instituições e até estruturas do Estado informaram a Lusa de decisões de fecho, redução nas operações, implementação de teletrabalho ou dispensa de funcionários não essenciais.
As medidas abrangem tanto estruturas públicas, como empresas privadas, organizações internacionais, escolas e outras instituições.
O Governo suspendeu já as aulas, pelo menos durante uma semana, em todos os níveis de ensino, tendo recomendado o fecho das atividades letivas presenciais no ensino superior, medida que já tinha sido aplicada na universidade pública timorense, a UNTL.
Timor-Leste tem até agora um caso registado de covid-19.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 324 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14.300 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
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