Covid-19. Voleibolistas `emigrantes` Alexandre e Marco Ferreira com saudades de casa
Os irmãos Alexandre e Marco Ferreira, respetivamente capitão e sub-capitão da seleção portuguesa de voleibol, disputam campeonatos a milhares de quilómetros de distância e, resguardados da pandemia de Covid-19, admitiram esta segunda-feira saudades de casa e dos amigos.
“Ainda estamos à espera da decisão final do que vai acontecer ao resto da Liga. Até lá, estamos em casa e seguimos um plano de trabalho físico específico”, disse o capitão da seleção portuguesa de voleibol.
Alexandre Ferreira admite que “não tem sido fácil estar fechado todo este período de tempo, principalmente longe da família e amigos, mas neste momento será mais seguro para todos aguardar que as coisas acalmem para viajar”.
“O mais marcante é ver como tudo pode mudar tão rápido num momento crucial para a maioria dos clubes, jogadores, fases finais, resultados pelos quais trabalhámos todos os dias... e de repente ficar tudo sem efeito, mas o mais importante é salvaguardar a nossa vida e a saúde das pessoas”, referiu.
O irmão Marco Ferreira está ao serviço do Al-Rayyan, que ocupava o 3.º lugar e se mantinha, assim, na luta pelo título na Liga do Qatar. À data (23 de março) com perto de meio milhar de casos do novo coronavírus e sem registo de qualquer morte, o Qatar suspendeu todas as atividades desportivas.
“Com toda esta situação de alerta provocada pela pandemia espalhada em todo o mundo, as mudanças no meu dia a dia são feitas baseadas nas medidas de precaução e de quarentena”, explica Marco Ferreira, que ainda se encontra em Doha à espera de indicações.
O jogador evita o contacto social, sai apenas de casa para efetuar compras no supermercado e treina em casa, cumprindo um plano físico para pelo menos manter a forma física.
“O que mais me inquieta é não saber quando nem como regressarei para perto dos meus e da minha família. Os próximos tempos serão de reflexão e de solidariedade, coisa que pouco se vê nos tempos de hoje. Será preciso ter paciência e compreensão. Ter confiança e acreditar, pois tudo voltará à normalidade”, acrescentou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas. O país está em estado de emergência desde as 00h00 de quinta-feira e até às 23h59 de 2 de abril.