O presidente russo está em isolamento, apesar de estar "absolutamente saudável", porque membros do seu círculo contraíram o vírus, anunciou o Kremlin. Vladimir Putin encontrou-se com o presidente da Síria, com uma delegação de atletas paralímpicos e visitou instalações militares esta segunda-feira. Devido ao isolamento profilático, cancelou a viagem ao Tajiquistão, onde iria participar em encontros regionais para debater a situação no Afeganistão.
“Putin disse que devido a casos de coronavírus no seu grupo habitual de trabalho, está a cumprir um regime de auto-isolamento durante um determinado período de tempo”, anunciou o Kremlin.
O gabinete do presidente russo garante que este não contraiu o vírus e que tomou as duas doses da vacina Sputnik.
Putin critica presença militar estrangeira na Síria
Durante o encontro com o presidente sírio Bashar al-Assad, esta segunda-feira, o chefe de Estado russo criticou as forças estrangeiras que estão na Síria sem terem sido mandatadas pelas Nações Unidas, em alusão aos Estados Unidos e à Turquia.
A Rússia é o aliado mais poderoso do presidente sírio, que também conta com o apoio do Irão. A força aérea russa desempenhou um papel fulcral em 2015 para que Assad conseguisse reconquistar o controlo do território aos rebeldes.
No entanto, partes importantes da Síria ainda estão sob domínio dos rebeldes, principalmente no norte e noroeste do país – onde estão os militares turcos -, e no este e nordeste, onde estão os norte-americanos. Neste momento, estima-se que estejam 900 militares americanos em solo sírio.
“Os terroristas sofreram graves danos e o governo sírio, liderado por si, controla 90 por cento dos territórios”, afirmou Putin a Assad, de acordo com uma declaração do Kremlin. Putin também terá saudado Assad pelo quarto mandato alcançado nas eleições de maio.
Já Assad terá agradecido ao homólogo o apoio humanitário e a sua ajuda para “travar a propagação do terrorismo”. Ainda segundo o Kremlin, apelidou as sanções impostas por alguns países ao regime sírio como “desumanas” e “ilegítimas”.
Este é o primeiro encontro entre Vladimir Putin e Bashar al-Assad em Moscovo dos últimos seis anos.
Os dois terão ainda debatido a cooperação entre os exércitos russo e sírio “no combate ao terrorismo e conclusão da libertação dos territórios que ainda estão sob controlo de organizações terroristas”, refere a agência estatal síria Sana.