Médicos e enfermeiros chineses infetados com covid-19 estão a ser aconselhados a continuar a trabalhar. O vírus continua a espalhar-se entre a população e foi registado um aumento de infeções depois do levantamento de restrições no país.
Todas as operações e cirurgias foram canceladas, a menos que o “paciente estivesse a morrer”, acrescentou o clínico que se recusou a ser identificado.
Um funcionário da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que o aumento de casos na China começou “muito antes” do levantamento dos confinamentos.
A mudança de política nas principais cidades chinesas levou a um enorme surto de casos de covid-19. As autoridades afirmam que é “impossível” adiantar um número, já que a maioria das pessoas não está a ser testada.
“A explosão de casos na China começou muito antes de qualquer flexibilização da política de covid-zero”, afirmou Michael Ryan, da OMS, na sede da agência em Genebra.
“Há uma narrativa de que, de alguma forma, a China levantou as restrições e, de repente, a covid-19 está fora de controlo”, acrescentou.
Segundo Michael Ryan, “a doença já estava a alastrar intensamente porque as medidas de controlo não estavam a parar a propagação”.
Em Sichuan um médico afirmou à Reuters que o hospital onde trabalhava esta “sobrecarregado de doentes”.
“Há 700 ou 800 pessoas estão a chegar diariamente com febre. Estamos sem medicamentos para a febre. Algumas enfermeiras estão infetadas e não há medidas especiais de proteção para os funcionários do hospital. Acredito que brevemente seremos infetados”.
A OMS está também preocupada com o facto de a população chinesa de 1,4 milhões de habitantes não ter sido adequadamente vacinada.
A China afirmou que cerca de 90 por cento da população está vacinada e que está a decorrer a segunda dose de reforço para grupos de alto risco e pessoas com mais de 60 anos de idade.
Os últimos dados oficiais revelam que na terça-feira foram administradas 1,43 milhões de doses. Um número muito superior a novembro em que o valor diário rondava a 100 a 200 mil doses.