Uma juíza espanhola suspendeu, esta segunda-feira, o novo confinamento numa zona da Catalunha, decretado para a cidade de Lérida e outros sete municípios, alegando que o governo regional excedeu os seus poderes. A Generalitat da Catalunha tinha anunciado o início de um novo confinamento parcial, no domingo, a cerca de 160 mil pessoas de oito cidades catalãs, devido ao aumento do número de novos casos de covid-19.
A justiça espanhola, no entanto, considerou que estas medidas eram desproporcionais e que esta é "uma competência do Estado e também é exercida com a garantia da intervenção do Congresso".
⚠️El #Juzgado de #Guardia de #Lleida acuerda no ratificar las medidas de la #Resolución de 12 de julio de 2020, de @interiorcat y @salutcat, que afectarían a #Lleida y a otros 7 municipios, por la #Ley Orgànica 3/1986, de 14 abril, al ser contrarias a derecho.
— TSJCat (@tsj_cat) July 12, 2020
O aumento de novos casos de infeção na região, que enfrenta um dos maiores surtos do país desde meados de junho quando começou o desconfinamento, levou o governo regional a tomar medidas drásticas e a reverter localmente o alívio de restrições. Mas a justiça espanhola acusa as autoridades catalãs de excederem os seus poderes.
"Estamos a analisar do ponto de vista jurídico para ver como resolvemos", declarou à imprensa a ministra da Saúde da região, Alba Verges.
"São medidas necessárias que não são adotadas por capricho de ninguém ou por prazer. Não o faríamos se não fosse absolutamente necessário", acrescentou, antes de pedir aos moradores da zona em que vivem quase 200.000 pessoas que permaneçam em suas casas, apesar da decisão da justiça.
Esta é a primeira vez desde 21 de junho, quando terminou o confinamento geral em Espanha, que o confinamento domiciliar voltou a ser decretado numa região do país. As medidas propostas no domingo consistiam em retornar à fase 0 do desconfinamento nestas localidades.